No "pico da queimada" de setembro, fogo consumiu 259 mil hectares em MS
Maior parte dos incêndios atingiu vegetação nativa, segundo levantamento do MapBiomas

De janeiro até agora, setembro foi o pico das queimadas no Brasil. Foram 10,65 milhões de hectares atingidos, salto de 90% em relação a agosto. Somente em Mato Grosso do Sul, o fogo afetou 259.006 hectares no mês passado.
A extensão queimada apenas em setembro corresponde a 47,6% de toda a área atingida no Brasil até esse mês em 2024, segundo mais recente levantamento do Monitor do Fogo do MapBiomas, lançado dia 11 de outubro.
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Este ano, área comparável ao estado de Roraima foi queimada no Brasil, total de 22,38 milhões de hectares, 13,4 milhões de hectares a mais que em 2023. Mais da metade, 51% ou 11,3 milhões de hectares fica na Amazônia.
No Pantanal, a área queimada entre janeiro e setembro de 2024 aumentou 2.306% (ou mais 1.479.475 hectares) em comparação à média dos cinco anos anteriores. No mês passado, 92% da área queimada foram de vegetação nativa, sendo 38% concentrado em formação campestre e 22% em campo alagado e área pantanosa.
Repetindo o padrão verificado nos primeiros nove meses deste ano, no total, 75% dos hectares consumidos pelo fogo foram de vegetação nativa, a maioria em formações florestais. Entre as áreas de uso agropecuário, as pastagens novamente se destacaram, correspondendo a 20% da área queimada em setembro de 2024.
O Cerrado foi o segundo bioma mais afetado pelo fogo em setembro, com 4,3 milhões de hectares queimados – quase metade dos 8,4 milhões de hectares consumidos pelo fogo nos primeiros nove meses do ano e um aumento de 117% em relação ao mesmo período de 2023.
“Setembro marca o pico da seca no Cerrado e isso torna o impacto do fogo ainda mais severo. Com a vegetação extremamente seca e vulnerável, o fogo se espalha rapidamente, resultando inclusive na baixa qualidade do ar nas cidades próximas, afetando a saúde das populações urbanas e rurais”, detalha Vera Arruda, pesquisadora no IPAM e coordenadora técnica do Monitor do Fogo.
A exemplo do total acumulado de janeiro até o mês passado, também em setembro os estados que mais queimaram foram Mato Grosso com 3,1 milhões de hectares, Pará com 2,9 milhões e Tocantins com 1,3 milhões de hectares. Os municípios de São Félix do Xingu (PA), Altamira (PA) e Ourilândia do Norte (PA) foram os que apresentaram as maiores áreas queimadas: 786 mil, 365 mil e 318 mil hectares.
Agora em outubro, o temporal dos dias 9 e 10 ajudou a apagar os incêndios ainda registrados em Mato Grosso do Sul. Até o início da tarde de ontem, apenas um foco, em Porto Murtinho, continuava ativo.
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