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Meio Ambiente

Onça-pintada que escapou do Cras por duas vezes continua enjaulada

Marta Ferreira | 31/05/2011 12:17

Sete meses após ter ficado famosa por fugir do Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), na reserva do Parque dos Poderes, a única onça-pintada abrigada no local continua lá, apesar da intenção já manifestada pela direção do centro de soltar o felino na natureza.

A onça, resgatada ainda bebê em uma fazenda de Água Clara, já tem um ano e meio e hoje é um animal adulto.

A decisão de soltá-la na natureza foi tomada depois de uma segunda fuga, ocorrida em dezembro.

Primeiro, ela fugiu no dia 29 de outubro, o que provocou até o fechamento do Parque do Prosa, onde fica o Cras, para visitas, além da realização de uma operação de busca com policiais militares ambientais, técnicos do Cras e mateiros, homens acostumados a lidar com esse tipo de animais nas fazendas.

Onça continua em jaula do Cras, após ter fugido por duas vezes. (Foto: João Garrigó)
Onça continua em jaula do Cras, após ter fugido por duas vezes. (Foto: João Garrigó)

Quase dois meses depois, foi recapturada, mas ficou na jaula apenas dois dias. No dia 30 de dezembro, novamente fugiu e foi recapturada só dois meses depois.

Ou seja, nos últimos sete meses, a onça passou quase quatro meses em liberdade,e conseguiu sobreviver.

O que impede a soltura? Segundo o coordenador do Cras, o biólogo Elson Borges, a onça ainda não foi solta porque falta o resultado de um exame que vai definir de qual região ela é originária, se da Bacia do Paraguai ou da Bacia do Paraná.

Trata-se de um mapeamento genético, feito por um laboratório do Rio Grande do Sul. Esse exame é importante porque a onça só será solta na região de onde é originária, para evitar misturas genéticas.

Como ela foi encontrada na Bacia do Paraná, a hipótese mais provável é que seja de lá, mas o Cras decidiu confirmar isso por meio do mapeamento genético.

A soltura vai obedecer os padrões do Cenap (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros), que forneceu um radio-colar, com o qual será possível monitorar os movimentos da onça.

A notícia de que ela será solta já motivou reclamações de moradores da região mais provável, o Parque do Ivinhema, e após isso, o Cras informou que não será tornado público o local exato onde ela será devolvida ao habitat natural.

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