Para Capital continuar bem, cada cidadão deve ver 3 árvores saudáveis da janela
Regra ainda é respeitada, garante especialista que coloca Campo Grande como exemplo; o que você acha?
Apesar dos desmatamentos rurais e retirada de árvores em canteiros de Campo Grande, percebido ao longo dos anos, a cidade ainda continua sendo referência nacional no quesito de arborização. É o que diz o especialista Maurício Lamano Ferreira, professor de restauração ecológica de uso na USP (Universidade de São Paulo). Ele explica que o sucesso é devido a maneira como a cidade trata a questão e não, necessariamente, quanto ao número de árvores no município.
A fala aconteceu na manhã desta terça-feira (28), no IV Fórum de Arborização para Cidades Sustentáveis, na Capital. Para ele, a presença do esquema 3/30/300 no plano diretor municipal de arborização faz toda a diferença.
“Campo Grande tem, atualmente, o conceitos como a regras dos 3/30/300, onde cada pessoa tem que ver três árvores sadias da janela de casa , tem que ter, pelo menos, 30% de cobertura verde do bairro ou distrito e morar a 300 metros de uma praça ou ambiente com mais de meio hectare”.
Sem responder sobre qual a dimensão do desmatamento urbano nos últimos anos em Campo Grande, a coordenadora estadual da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Silvia Rahe Pereira, explica que há muita confusão quanto ao título de cidade arborizada e o desmatamento. Ela pontua que o reconhecimento é referente a como a gestão lida com o patrimônio arbóreo.
“Em Mato Grosso do Sul apenas Campo Grande e Três Lagoas são reconhecidas como “Tree City of de World”. Pra ganhar o título é exigido critérios como: conhecer o patrimônio, ter investimentos na área da gestão, ter um setor com técnicos que se dedique a arborização e ter um dia de comemoração ao dia da árvore”.
Silvia ainda acrescenta que a questão da retirada de árvores em zona urbana é feito com amparo de regras que gerem a arborização urbana e que estão no plano diretor.
"Quando a pessoa gostaria de suprimir a árvore, é aberto um processo, um técnico avalia e vê se é necessário ou não. O campo-grandense gosta muito das árvores, por isso recebemos muitas denúncias. todo cidadão pode pedir uma avaliação técnica da árvore, mesmo que para saber se está saudável”.
Maurício engrossa a questão alertando sobre como o desmatamento ou a retirada de árvores na zona urbana impactam diretamente na questão climática.
“Temos um fenômeno que acontece nas cidades que são as ilhas de calor, a arborização e florestas urbanas conseguem causar e promover a diminuição térmica, e com isso trazer benefícios para saúde física das pessoas com doenças renais e crônicas. Isso é uma questão de saúde pública não só ambiental”.
Rede elétrica - Rodolfo Pinheiro, gerente de planejamento e gestão estratégica da Energisa, concessionária responsável pelo abastecimento e distribuição do insumo básico no Estado, também estava presente no evento. A questão de árvores e rede elétrica tem sido um problema durante épocas chuvosas na cidade.
“Mato Grosso do Sul é uma região onde está sendo muito afetada pelo clima, muitas descargas atmosférica e rajadas de vento. Isso tem sido observado pela Energisa. Tem se agravando ao longo dos anos. Ano passado foi a onda de calor que impacta na atividade e agora o tempo seco e chuvoso que também impacta diretamente na atuação”.
Para ele, o Fórum é uma oportunidade de reunir esforços e alinhar os planos. “Tem muitas iniciativas dos municípios, mas que às vezes acabam não convergindo com iniciativo do governo do estado e Energisa. É importante esse alinhamento, buscando diagnóstico do problema”.
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