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Meio Ambiente

Pescadores fazem campeonato para provar que lei deve ser rígida em MS

Marta Ferreira | 15/03/2011 17:43
Campeonato de pesca esportiva quer mostrar que é possível diversão sem matar peixes. (Foto: Divulgação)
Campeonato de pesca esportiva quer mostrar que é possível diversão sem matar peixes. (Foto: Divulgação)

Eles já se mobilizaram pela derrubada da lei da pesca que a Justiça considerou inconstitucional em Mato Grosso do Sul e, agora, querem usar o esporte que praticam como forma de conscientização sobre a necessidade de leis mais restritivas no Estado para preservação e recuperação dos estoques pesqueiros. São os participantes do MS Fishing, um campeonato de pesca onde são usadas exclusivamente iscas artificiais e os espécimes fisgados são devolvidos aos rios.

É a primeira vez que um evento do tipo é realizado em Mato Grosso do Sul. Na primeira etapa, na região de Albuquerque, no Pantanal, todos os mais de 600 peixes voltaram ao rio. E nenhuma tuvira ou minhoca precisou morrer para que as 23 duplas participantes estivessem na disputa.

Os vencedores desta etapa serão premiados nesta noite, em Campo Grande. Outras três etapas serão realizadas, no Passo do Lontra, em Miranda, em Três Lagoas em Aquidauana.

De acordo com um dos organizadores, o empresário André Seemann, o principal objetivo é chamar a atenção dos milhares de pescadores amadores que existem no estado e fora dele e, o mais importante, das autoridades, para uma forma preservacionista de pesca. “ A intenção é exatamente mostrar que existe solução, que é possível se divertir sem matar o peixe”, afirma Seemann.

O empresário é integrante da Aspadama (Associação dos Pescadores Amadores de Mato Grosso do Sul), uma entidade existente há quase 20 anos e que defende leis mais rígidas para a pesca no estado.

Lei derrubada-Quando foi aprovada, no ano passado, uma lei considerada permissiva, com possibilidade de uso de petrechos de pesca, a Aspadama se mobilizou contra a legislação, que acabou sendo derrubada pelo Tribunal de Justiça.

O diretor-financeiro da entidade, Wagner Barros, afirma que o estado ainda tem regras arcaicas, apesar de já terem ocorrido avanços. Um deles, afirma é em relação à cota permitida para cada pescador amador, que hoje é de 10 quilos mais 1 exemplar de pescado. “Essa cota já foi de 30 quilos”, se lembra.

Mas em comparação a outras regiões e países, Mato Grosso do Sul ainda está muito atrasado e a constatação é que, cada vez mais, os recursos pesqueiros estão ameaçados, analisa Barros.

Ele cita como um atraso o fato de ainda ser possível capturar iscas no Estado, quando em Mato Grosso isso já foi proibido. “O que acontece é que estamos exportando isca”.

Em relação à pesca comercial, ainda liberada, cita o exemplo da Argentina como o um bom modelo. Hoje, no país platino, considerado um referencial entre os pescadores que defendem leis mais rígidas, a pesca comercial so é permitida para uma espécie de peixe, a truta, e ainda assim, com restrições.

“É por isso que o turismo de pesca da Argentina se transformou em uma potência”, comenta Barros.

Tanto ele quando Seemann usam a mesma comparação para defender o fim do extrativismo nos rios. Afirmam que o boi é criado para se comer,assim como outros animais cuja carne é alimento para o homem,e defendem que seja assim também com os peixes.

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