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Meio Ambiente

Projeto proíbe oferecer alimentos a animais silvestres em todo o Estado

Multa pode ultrapassar R$ 70 mil, além de sanções com participação em programas de conscientização ambiental

Por Kamila Alcântara | 04/06/2025 15:47
Projeto proíbe oferecer alimentos a animais silvestres em todo o Estado
Onça-pintada macho capturada após atacar o caseiro de um pesqueiro, na região pantaneira de Aquidauana (Foto: Saul Schramm)

Tramita na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) projeto de lei que proíbe a prática de ceva de animais silvestres em todo o Estado. A proposta é de autoria da deputada estadual Gleice Jane (PT) e tem como objetivo proteger os biomas, evitar desequilíbrios ambientais e prevenir ataques a pessoas.

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Tramita na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul um projeto de lei que visa proibir a prática de ceva de animais silvestres no Estado. A proposta, de autoria da deputada Gleice Jane, surge após a morte do caseiro Jorge Avalo, atacado por uma onça-pintada, possivelmente alimentada por visitantes de um pesqueiro. O projeto busca proteger os biomas e prevenir ataques a humanos, destacando que a alimentação de animais altera seu comportamento natural. A proposta prevê multas de R$ 1,5 mil a R$ 78 mil para quem descumprir a norma, além de ações educativas e a manutenção das cadeias alimentares naturais.

O projeto foi apresentado após a morte do caseiro Jorge Avalo, de 60 anos, que foi atacado por uma onça-pintada às margens do Rio Miranda, no Pantanal de Aquidauana, no dia 21 de abril. A PMA (Polícia Militar Ambiental) confirmou a morte ao encontrar pegadas do felino próximas a pedaços do corpo da vítima, que trabalhava como caseiro em um pesqueiro na região.

Houve suspeita de que o felino era alimentado por pessoas que visitavam o pesqueiro e que isso pode ter motivado o ataque.

Na justificativa, a deputada cita que práticas como a ceva, que é o oferecimento recorrente de alimentos a animais na natureza, alteram o comportamento natural das espécies, principalmente de predadores como a onça-pintada e a onça-parda. Isso aumenta o risco de ataques a seres humanos e compromete o equilíbrio ecológico.

“O objetivo é impedir que animais sejam condicionados a buscar alimento fácil perto de áreas habitadas, deixando de exercer seu papel na cadeia alimentar”, explica a parlamentar no texto.

A proposta estabelece que a proibição não se aplica a centros de reabilitação, bioparques ou pesquisas autorizadas pelo órgão ambiental, nem em situações emergenciais, desde que haja comunicação às autoridades ambientais.

O projeto também determina que o Poder Executivo deve adotar ações para manter as cadeias alimentares naturais, combater a caça ilegal e promover campanhas educativas sobre os riscos da alimentação de animais silvestres.

Em caso de descumprimento, estão previstas multas que variam de R$ 1,5 mil a R$ 78 mil, além de sanções como advertências e participação em programas de educação ambiental. O valor das multas será revertido a fundos de proteção ambiental.

A deputada lembra que alimentar animais silvestres é crime ambiental, previsto na Lei Estadual nº 5.673/2021, justamente pelos riscos que oferece tanto à fauna quanto à população.

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