Queda de temperatura antecipa florada de ipês e transforma cenário urbano
Ipê-rosa já colore ruas da Capital; espécie símbolo de MS também contribui para a qualidade ambiental
A florada do ipê-rosa começou a transformar a paisagem nesta semana, marcando o início do período mais colorido do ano em Campo Grande. Espécie símbolo de Mato Grosso do Sul, o ipê é parte da identidade local e ajuda a compor o cenário que deu à cidade o título de "Cidade dos Ipês".
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A florada do ipê-rosa em Campo Grande marca o início do período mais colorido do ano na cidade, conhecida como "Cidade dos Ipês". A engenheira Andreliz Silva Souza destaca a importância ecológica da árvore, que contribui para a estabilidade do solo, a biodiversidade e a qualidade do ar. O biólogo José Milton Longo explica que a floração é impulsionada pela queda das temperaturas e atrai diversas espécies. A conservação dos ipês é essencial, pois são vulneráveis a infecções fúngicas. A florada ocorre entre junho e setembro, com diferentes espécies se destacando em cada período. O ipê é um símbolo cultural de Mato Grosso do Sul, reconhecido por sua relevância ambiental e estética, além de contribuir para a arborização urbana e o conforto térmico da cidade.
Segundo engenheira sanitarista e ambiental Andreliz Silva Souza, o ipê vai além da beleza ornamental. “É uma espécie de elevada relevância ecológica. Seu crescimento controlado e sistema radicular profundo favorecem a estabilidade do solo e auxiliam na manutenção da biodiversidade”, afirma.
Além disso, a árvore tem papel importante na arborização urbana e na recuperação de áreas degradadas. “Ela proporciona conforto térmico, reduz a poluição, absorve ruídos e melhora a qualidade do ar, contribuindo para uma cidade mais saudável e agradável”, completa a engenheira.
Segundo o biólogo José Milton Longo, o início da florada foi impulsionado pela recente queda nas temperaturas. “Essa frente fria foi o start ambiental. No ciclo, o ipê-rosa é o primeiro a florescer e pode fazer isso de uma vez só. Depois, vem o roxo, os diversos tipos de amarelo, incluindo os do Cerrado e do Pantanal, e por fim o branco, que tem uma florada mais tímida, de no máximo uma semana entre setembro e outubro”, detalha.
José Milton lembra que a floração atrai abelhas, beija-flores e outras espécies que se alimentam do néctar das flores. “A presença do ipê é marcante na cidade. A população precisa valorizar, porque essas árvores prestam muitos serviços ambientais. Elas absorvem carbono, atenuam os efeitos das mudanças climáticas e tornam o ambiente mais equilibrado”, diz.
Valorização - Andreliz reforça que a conservação dos ipês exige atenção. “A sanidade dessas árvores precisa ser monitorada constantemente, já que são vulneráveis a infecções fúngicas que podem comprometer sua estrutura e função ecológica.”
A engenheira também destaca a importância cultural da árvore. “O ipê foi reconhecido como símbolo do Estado por meio da Lei nº 5.514, de 2020. É uma árvore que não apenas embeleza, mas carrega um significado profundo para a população sul-mato-grossense.”
Campo Grande é considerada uma das capitais mais arborizadas do país e tem reconhecimento internacional como “Cidade Árvore do Mundo”. Para José Milton, isso se deve à cobertura vegetal significativa em relação à população urbana. “Onde tem sombra de ipê, a temperatura pode ser até dois graus mais baixa. A árvore é tudo de bom, seja isolada ou em maciço”, defende.
Quem também destaca a beleza dos ipês no contexto das cidades é a bióloga Gisseli Giraldelli, atual diretora da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. Ela explica que o Cerrado possui 11 espécies nativas e todos os exemplares podem ser encontrados aqui.
"No contexto urbano, os ipês são extremamente reconhecidos por sua beleza ornamental e valorizar a sua presença nas cidades significa reconhecer a importância da flora nativa na construção de espaços mais sustentáveis, bonitos e integrados à biodiversidade regional", termina.
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