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Meio Ambiente

Queimadas no Pantanal em 2024 já superam o dobro do pior ano da história

Área queimada até junho deste ano ultrapassa 530 mil hectares, mais que o dobro do registrado em 2020

Por Jhefferson Gamarra e Fernanda Palheta | 27/06/2024 10:13
Brigadista contendo as chamas no Pantanal (Foto: Alex Machado)
Brigadista contendo as chamas no Pantanal (Foto: Alex Machado)

O Pantanal enfrenta em 2024 um dos anos mais críticos em termos de queimadas já registrados. Entre janeiro e junho de 2020, ano anteriormente considerado o mais devastador para o bioma, foram queimados 213 mil hectares. No entanto, entre 1º de janeiro e 25 de junho de 2024, o número de hectares queimados já ultrapassa 530 mil, mais que o dobro do pior período da história.

Na manhã desta quinta-feira (27), durante o primeiro evento de divulgação de dados sobre incêndios florestais no Pantanal, realizado na sala do Cicoe (Centro Integrado de Comando e Controle Estadual), a diretora de proteção ambiental do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Tatiane Inoue, comentou sobre a gravidade da situação, ressaltando que poderia ser ainda mais devastadora sem as ações preventivas e antecipadas realizadas pelo grupo de trabalho do governo e seus parceiros.

Diretora de proteção ambiental do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Tatiane Inoue, apresentando dados da queimada (Foto: Henrique Kawaminami)
Diretora de proteção ambiental do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Tatiane Inoue, apresentando dados da queimada (Foto: Henrique Kawaminami)

“Temos um número calculado de 1º de janeiro a 25 de junho de 530 mil hectares de área queimada no Pantanal de Mato Grosso do Sul, então o cenário é bem mais crítico que o observado em 2020. Porém, nossa estrutura está muito maior e organizada. Em abril, quando já estávamos em operação, monitoramos um incêndio que veio do estado vizinho e antecipamos as bases avançadas e combatemos com o ICMBio do Mato Grosso, porque essa integração no bioma já existe desde 2019. Quando ele atravessou a margem para Mato Grosso do Sul, nossas equipes combateram e o fogo consumiu apenas 9 hectares. Se nos fossemos deslocar estrutura e combatentes da base Corumbá, esse incêndio poderia ultrapassar 200 hectares”, explicou Inoue.

Conforme o governador Eduardo Riedel (PSDB), as ações de combate e prevenção, realizadas em colaboração entre diferentes estados e órgãos, têm sido fundamentais para evitar danos ainda maiores. “Mato Grosso do Sul está há quase 90 dias em ação permanente com todas as forças de segurança pública atuando no combate as queimadas no pantanal e desde janeiro estamos planejamento dessas ações”, afirmou.

Governador e autoridades durante live para apresentar cenário do fogo em Corumbá (Foto: Henrique Kawaminami)
Governador e autoridades durante live para apresentar cenário do fogo em Corumbá (Foto: Henrique Kawaminami)

A situação crítica no Pantanal em 2024 é um reflexo das condições climáticas extremas, com maiores níveis de biomassa para queima, estiagem prolongada e um volume de chuva significativamente abaixo da média histórica. Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, classificou a situação como rara devido às condições atípicas enfrentadas.

“Nós estamos numa situação climática severa, o Inpe até destaca ela como rara. Ela tem um processo que aconteceu praticamente só em 1941. Então é classificada como rara porque é mais severa do que 2020. Todas as condições presentes no Pantanal, como nível de biomassa para queima, são maiores do que 2020, a seca é mais prolongada que 2020 e o volume de chuva está abaixo da média histórica dos últimos 10 anos. Então todas as condições para a possibilidade de um incêndio florestal são extremamente adversas”, apontou Verruck.

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