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Sim, cão fica velho: a velhice dos pets exige adaptação e muito amor

A velhice também chega para os pets e é preciso se preparar para a fase

Por Clayton Neves | 12/07/2025 09:13
Sim, cão fica velho: a velhice dos pets exige adaptação e muito amor
Bia já enfrenta limitações na visão e locomoção por causa da idade. (Foto: Arquivo Pessoal)

Na casa do jornalista Gabriel Neris, a rotina com a cachorrinha Bia é uma lição diária de paciência e afeto. Aos 17 anos, idade considerada avançada para um cão, ela vive dias mais lentos, mas repletos de carinho e adaptações para enfrentar os desafios da velhice. Já enfrentou internações, venceu um câncer de mama e hoje convive com limitações que exigem atenção constante.

Adotada ainda filhote pela esposa de Gabriel, Daiany, Bia era cheia de energia. Com o tempo, a disposição diminuiu. As perninhas traseiras perderam firmeza, e doenças como artrite e artrose começaram a afetar sua mobilidade.

"Ela tem dificuldade em dobrar a perna, praticamente não dobra mais. Quando está comendo e precisa ficar mais tempo em pé, a pata vai escorregando", relata Gabriel.

A casa precisou ser repensada: tapetes higiênicos e fraldas substituíram o jornal, e um abajur foi instalado no corredor para evitar acidentes noturnos. “Ela já ficou presa num quarto escuro porque não conseguia mais encontrar a saída. Agora deixamos uma luz acesa para ela se orientar melhor”, conta.

A alimentação também mudou. A ração deu lugar a uma mistura de arroz e legumes cozidos, sempre sem tempero. “Ela ganhou até um pouco de peso, coisa que não tinha antes”, observa.

Assim como para os humanos, os animais também envelhecem — e precisam de atenção especial nessa fase da vida. Segundo o médico veterinário Dr. Antonio Defanti Junior, da Clínica Veterinária Bourgelat, é importante estar atento aos sinais silenciosos de dor ou desconforto, mesmo que o pet não demonstre claramente.

“O animal fica mais preguiçoso, evita brincar, anda menos e muitas vezes nem vai até o tutor quando ele chega. Também pode começar a lamber excessivamente algumas regiões, como as articulações”, explica.

Alimentação adaptada

Para cães com mais de 15 anos, a nutrição deve acompanhar a faixa etária. A orientação é dividir em fases: filhotes até 1 ano, adultos de 1 a 7 anos, meia idade de 7 a 12 anos, e idosos acima disso.

“Cães idosos precisam de rações específicas, com menos de alguns nutrientes e reforço em outros. Por exemplo, proteínas de boa qualidade, gorduras saudáveis, vitaminas e minerais são essenciais, mas em equilíbrio. Evitar excesso de sódio e ingredientes de difícil digestão é fundamental”, destaca o veterinário.

Check-ups regulares

A partir dos 7 anos, os pets devem visitar o veterinário ao menos duas vezes por ano. Os exames recomendados incluem hemograma completo, avaliação da função hepática e renal, urina, glicemia, eletrocardiograma, ecocardiograma e ultrassonografia abdominal.

“Muitos cães idosos desenvolvem doenças silenciosas, como diabetes e problemas cardíacos. O acompanhamento frequente ajuda a detectar precocemente e a melhorar a qualidade de vida”, reforça Dr. Antonio.

Casa adaptada

Pequenas mudanças no ambiente podem evitar acidentes. O ideal é manter pisos antiderrapantes, evitar escadas, garantir acesso à luz natural e oferecer colchonetes macios e áreas de descanso confortáveis.

“Esses cuidados fazem diferença no bem-estar do pet idoso, que fica mais vulnerável a escorregões e lesões”, explica o especialista.

E quando a mente envelhece?

O avanço da idade pode trazer também demência ou perda cognitiva. Cães que apresentam sinais de desorientação, esquecem rotinas ou se perdem dentro de casa, precisam de atenção redobrada.

“Não devem ser deixados sozinhos por longos períodos. Eles podem precisar de ajuda para fazer as necessidades e tomar medicamentos específicos. Existem tratamentos que oferecem suporte e qualidade de vida nessa fase”, orienta o veterinário.

Mesmo com as limitações, Bia continua a viver no seu ritmo. Os passeios ficaram mais curtos e lentos, mas ainda são parte da rotina.

“Os trajetos que antes duravam 20 minutos agora levam 40, mas ela se anima. Só que tudo agora é no tempo dela”, diz Gabriel.

Sim, cão fica velho: a velhice dos pets exige adaptação e muito amor
Mesmo com as limitações, Bia continua a viver no seu ritmo. Os passeios ficaram mais curtos e lentos, mas ainda são parte da rotina.

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