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Política

Alcides Bernal: do rádio para o comando da maior cidade de MS

Aline dos Santos | 01/01/2013 19:31
Alcides Bernal e a bandeira de Campo Grande, na solenidade de posse. (Foto: Luciano Muta)
Alcides Bernal e a bandeira de Campo Grande, na solenidade de posse. (Foto: Luciano Muta)

Alcides Jesus Peralta Bernal (PP) foi empossado nesta terça-feira como o 17º prefeito de Campo Grande eleito pelo voto direto. A carreira política veio nas ondas do rádio. A carreira de radialista começou em 1992. A popularidade, impulsionada por doações e auxílio aos ouvintes, o levou para a Câmara Municipal.

O primeiro mandato veio em 2004. Quatro anos mais tarde, recorde de votação na reeleição: 12 mil votos. Em 2010, o progressista decide encarar a eleição para deputado estadual e, novamente, consegue votação expressiva: 26,1 mil votos.

Em 2012, disputou a prefeitura de Campo Grande, capital e maior cidade de Mato Grosso do Sul. Sua candidatura foi dúvida até a última hora do dia das convenções. Sem aliados, lançou chapa pura, contra outros seis adversários. No segundo turno, ganhou apoio de partidos de peso, como o PT, PSDB, PPS e PV.

A corrida eleitoral foi marcada por polêmica, mas a sua candidatura resistiu a ataques, em forma de impressos ou vídeos, que o acusaram, entre outros fatos, de receber dinheiro por debaixo da mesa numa negociata.
A vitória veio no segundo turno, realizado em 28 de outubro. O resultado das urnas pôs fim à hegemonia de duas décadas do comando do PMDB no Poder Executivo da Capital.

Eleito, Bernal partiu para o mistério. Anunciou o nome do secretariado somente no último dia de 2012 e transformou a produtora Macarena, onde fez os programas da campanha, em quartel-general. A transição foi marcada por troca de acusações. Bernal reclamou que a atual administração dificultava o acesso a informações. Por sua vez, o prefeito Nelsinho Trad (PMDB) declarou que tentou por diversas vezes conversar com o prefeito eleito, mas não obteve sucesso.

Trad sugeriu que Bernal encaminhasse à Câmara Municipal o projeto do IPTU 2013 (Imposto Predial e Territorial Urbano). A intenção era que ele cumprisse a promessa eleitoral de rever ou congelar o imposto. À oferta, Bernal foi lacônico e declarou que era prefeito somente a partir de janeiro de 2013.

Bernal foi vereador e deputado estadual antes de chegar à prefeitura. (Foto: Minamar Júnior/Arquivo)
Bernal foi vereador e deputado estadual antes de chegar à prefeitura. (Foto: Minamar Júnior/Arquivo)

Os últimos dois meses foram marcados pelas divergências com a Câmara. Os vereadores congelaram o valor do IPTU, reajustaram o salário de prefeito para R$ 20 mil, mesmo contra a vontade de Bernal, e reduziram o poder do chefe do Executivo.

Uma emenda reduziu de 30% para 5% a abertura de créditos adicionais a serem utilizados pela administração municipal, sem que a transação precise passar pela aprovação da Câmara Municipal. Agora, ele tenta emplacar a presidência do Legislativo.

Reprovado – A Justiça Eleitoral constatou irregularidades no pagamento de cabos eleitorais na campanha de Bernal, no valor de R$ 420,2 mil. Ele teve as contas reprovadas e recorreu. O PMDB prometeu entrar com ação para pedir a cassação do mandato do prefeito eleito. Alcides Bernal nasceu em Corumbá e tem 47 anos. Advogado,é casado e tem três filhos.

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