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Política

Bernal recua e informará ao MPE que "não comprou apartamento de luxo"

Zemil Rocha e Jéssica Benitez | 26/03/2013 17:29
Bernal pode estar "negociando" do apartamento, segundo Santini (Foto: Marcos Ermínio)
Bernal pode estar "negociando" do apartamento, segundo Santini (Foto: Marcos Ermínio)

Depois de ter confirmado à imprensa que comprou um apartamento luxuoso no Condomínio Edifício Parque das Nações, atrás do Shopping Campo Grande, estimado R$ 1,7 milhão, o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), recuou e garantiu hoje, através de sua assessoria, que não efetivou a aquisição do imóvel, embora possa estar “negociando”.

Essa também é a informação que será encaminhada ao MPE (Ministério Públlico Estadual), que exigiu explicações no prazo de 20 dias, segundo o chefe da Procuradoria Jurídica da Prefeitura de Campo Grande, Luiz Carlos Santini. “Eu falei com o prefeito e o que ele falou para mim é que não comprou o apartamento. Pode estar negociando. Hoje em dia se eu e você quisermos montar uma empresa aérea é fácil. Se não tem restrição de crédito, podemos comprar três jatos e montar a empresa área”, afirmou Santini.

No dia 7 de março, após evitar falar sobre o assunto, durante uma entrevista coletiva, Bernal chegou a admitir que havia comprado o apartamento. Bernal admitiu: “Procede, procede”, ao ser questionado por uma repórter do Campo Grande News.

Na entrevista coletiva desta tarde de terça-feira, Santini foi cobrado pela imprensa sobre a mudança de posição do prefeito. “Ué, mas ele confirmou que comprou em coletiva?”, questionou uma repórter. Santini, então, respondeu: “Mas hoje em dia as pessoas com nome limpo e crédito na praça compram qualquer coisa, até avião”. Ele disse que a compra, até de avião, é possível através do pagamento em parcelas.

Atualmente, o prefeito mora em uma casa na Rua Paulo Tognini, 239, bairro Jardim Paulista, que, segundo a declaração de bens prestada à Justiça Eleitoral em 2010, lhe custou R$ 103.676,00, sendo que dois anos depois passou a valer R$ 700 mil. Vizinhos de Bernal informaram que ele estava prestes a se mudar. Funcionários do Edifício Parque das Nações admitiram que Bernal iria se mudar para lá e informaram que o apartamento estava passando por reforma.

Funcionários e o prefeito confirmaram até reforma em apartamento (Marcos Ermínio/Arquivo)
Funcionários e o prefeito confirmaram até reforma em apartamento (Marcos Ermínio/Arquivo)

Nepotismo – O chefe da Procuradoria Jurídica da Prefeitura, Luiz Carlos Santini, negou durante a entrevista coletiva que o prefeito Alcides Bernal esteja praticando “nepotismo” ao contratar parentes para a administração municipal.
Ontem, foram nomeados Maria Helena Bernal de Araújo para o cargo comissionado de Assessor Técnico I e Elvio Meza Bernal como Assessor Especial III na Secretaria Municipal de Governo e Relações Institucionais, conforme decretos publicados no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande).

Santini explicou hoje que apenas Elvio Meza é primo de Bernal, não sendo alcançado pela proibição de contratação de parentes já que tal vai até o 3º grau e o assessor contratado tem parentesco de quarto grau com o prefeito.
Durante a coletiva, Santini também negou que Odimar Luiz Marcon, secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, seja cunhado de Bernal. “Ele não é irmão da esposa do prefeito”, garantiu ele.

Licitações - O prefeito Alcides Bernal voltou a fazer ontem contratações com dispensa ou inexigibilidade de licitação. Foram mais 10 despachos ratificando as decisões de não licitar contratações de empresas, conforme publicado no Diogrande.

Nota técnica distribuída pela Secretaria Municipal de Administração, nesta terça-feira, explica que não existia processo licitatório e nem contrato que estabelecesse direitos e deveres entre as partes nas áreas de telefonia fixa e móvel da Prefeitura. Segundo o informe, ao saber que não havia contratos nessas áreas, Bernal determinou “a continuidade dos serviços prestados pelas empresas Brasil Telecom e Brasil Telecom Celular para que não houvesse a interrupção das atividades administrativas da Prefeitura Municipal de Campo Grande, por um período não superior ao previsto na Lei de Licitações”.

As outras dispensas de licitação ou casos de inexigibilidades, segundo a nota técnica, foram decorrentes da natureza e exclusividade da própria atividade, como no caso da contratação da Vedafiltros Comercial e Serviços Ltda, para fornecer emergencialmente 100 litros de querosene para o combate à dengue, a Tesc Sistema de Controle Ltda, para prestar manutenção de semáforos, e a Enersul, para fornecimento de energia elétrica.

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