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Política

Com pouco tempo de TV, candidatos apostam fichas nas redes sociais

Ricardo Campos Jr., Leonardo Rocha e Mayara Bueno | 22/08/2016 16:05
Quatro maiores tempos do horário eleitoral gratuito (Arte: Thiago Mendes)
Quatro maiores tempos do horário eleitoral gratuito (Arte: Thiago Mendes)

Restrito a dois blocos de dez minutos cada e 70 minutos de inserções na programação diária, o horário eleitoral mais curto na televisão e no rádio força os candidatos a prefeito de Campo Grande a planejarem com cuidado o material que será enviado às emissoras para não desperdiçar tempo precioso. Além disso, as redes sociais serão estratégia para driblar a falta de espaço midiático.

Com maior tempo entre os concorrentes, Rose Modesto (PSDB) afirma que usará todos os 3m40s a ela destinados a divulgar principalmente as propostas do plano de governo para Campo Grande. Com relação ao conteúdo, pretende mostrar aos telespectadores a forma como pretende governar.

Marcos Trad (PSD) tem 1m56s de programa eleitoral, o segundo maior tempo. Os vídeos, conforme a assessoria de imprensa do candidato, devem ir direto ao ponto, sem apresentadores, músicas ou quaisquer outros tipos de recursos que ocupem grande parte do espaço. A coordenação de campanha enxerga as redes sociais como ferramenta fundamental, mas para atingir um público diferente da televisão.

O candidato do PT, Marcos Alex, acredita que o terceiro maior tempo (1m34s) será uma boa oportunidade de debater as pautas do partido, principalmente sobre os temas relacionados à atual crise política, além de levar aos eleitores as propostas para melhorar Campo Grande. Quanto à internet, trata-se de uma estratégia que já vem sendo adotada pela legenda no intuito de promover o debate entre os internautas.

Alcides Bernal (PP) também pretende usar todo o tempo que lhe é de direito (52s) de forma objetiva, mostrando o que fez pela cidade durante o mandato e o que pretende fazer, caso seja reeleito. As redes sociais também devem ser bastante exploradas não apenas para balancear o curso espaço na TV, mas por amplificarem a divulgação por meio de colaboradores voluntários.

Horário eleitoral ficou mais curto este ano (Foto: Marcos Ermínio)
Horário eleitoral ficou mais curto este ano (Foto: Marcos Ermínio)

Os outros 11 candidatos irão dividir o tempo restante, de forma que as parcelas correspondentes a essas legendas devem variar de 4s a 19s.

Athayde Nery (PPS) dispõe de 30 segundos que serão preenchidos, segundo ele, com bons materiais focados nas propostas do partido. Os vídeos, diz, deverão ser curtos e objetivos, uma vez que considera a televisão importante, porém não fundamental como as redes sociais, mais baratas e com mais espaço para levar aos eleitores a mensagem da legenda. Ele ressalta que 80% das pessoas hoje se informam por meio de smartphones e por meio da internet.

Carlos Alberto David dos Santos, o Coronel David (PSC), afirma que com a redução do horário eleitoral acabou ficando com apenas 19s para tentar convencer os eleitores, tempo que ele considera curto. Assim, pretende explorar bastante as redes sociais, visitar as casas das pessoas e andar pelos bairros, apostando no contato direto com a população para conseguir superar a baixa presença na televisão. Ele acredita que a receptividade das pessoas será boa.

Marcelo Bluma (PV) afirma que o planejamento de divulgação da campanha para a televisão foi refeito quando soube que teria apenas 18s. Segundo ele, os vídeos devem ser objetivos, focados em mostrar aos eleitores suas características mais importantes e que, na opinião do candidato, devem fazer a diferença na hora da escolha. Materiais mais longos e com produção complexa devem ser lançados na internet, por meio das redes sociais.

Rosana Santos (PSOL) tem apenas 10s e afirma que não conseguirá fazer milagre com esse tempo. A coordenação de campanha deve se reunir para definir o roteiro. Segundo ela, o material que deverá ir ao ar deve conter uma surpresa não revelada pela candidata. A prioridade do partido é usar as redes sociais, tanto que dois vídeos já foram postados apresentando as principais propostas e a bandeira da legenda.

Já o candidato do PRTB, Adalton Garcia, afirma que pretende ocupar os 5s nem que seja para colocar mensagens subliminares. Como o tempo é curto, as redes sociais serão uma estratégia para conseguir chegar ao eleitorado. Ele afirma que já reuniu um grupo de 500 amigos na internet, cada um divulgará os materiais de campanha para seus próprios grupos. Dessa forma, Garcia define a internet como fundamental na corrida pela prefeitura.

Suel Ferranti (PSTU) terá apenas 4s de propaganda política televisionada e pretende focar nas inserções diárias na programação, que devem ser maiores, para conseguir compor uma mensagem mais eficaz aos eleitores. Além disso, todo o material que for ao ar pelas emissoras, deve ser colocado também na internet, que será uma forma barata e ilimitada de conseguir expor suas propostas e os ideais do partido.

Pedro Pedrossian Filho (PMB) diz que seu tempo de 3m09s está temporariamente suspenso. O partido entrou com ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ainda aguarda uma resposta se poderá utilizá-lo. Se conseguir desbloquear o horário, pretende focar nas propostas para Campo Grande, sem atacar os concorrentes. Para ele, a nova divisão do tempo deixa a propaganda política menos cansativa e dificulta a manipulação.

Já Elizeu Amarilha (PSDC) disse que deve receber a grade com o tempo ao qual terá direito ainda hoje e não soube informar quais assuntos irão abordar.

A assessoria de José Flávio Arce não informou quanto tempo o candato do PCO terá direito, mas afirma que as redes sociais serão fundamentais diante de um tempo curto de propaganda eleitoral.

O Campo Grande News tentou contato com Aroldo Figueiró (PTN) e Luiz Pedro Guimarães (PROS) e com suas respectivas assessorias de imprensa, mas até a publicação desta reportagem, não houve retorno.

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