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Política

Distribuição de combustível pode motivar pedido de cassação de 4 candidatos

Fabiano Arruda | 14/09/2012 18:29
Juiz da 35ª Zona Eleitoral de Campo Grande, Flavio Saad Peron, fala sobre os casos ao Campo Grande News. (Foto: Nicholas Vasconcelos)
Juiz da 35ª Zona Eleitoral de Campo Grande, Flavio Saad Peron, fala sobre os casos ao Campo Grande News. (Foto: Nicholas Vasconcelos)

O Ministério Público Eleitoral pode pedir a cassação do registro de candidaturas de Vander Loubet (PT), a prefeito, e do vereador Mario Cesar (PMDB), que busca a reeleição a vereador, em Campo Grande, por compra de votos através da distribuição de combustíveis.

As denúncias chegaram ao TRE/MS (Tribunal Regional Eleitoral) por meio do disque denúncia. Os candidatos a vereador Cassiano do Gás e Francisco Saci, ambos da "Coligação Mais Trabalho por Campo Grande", também são alvos da Justiça Eleitoral pelo mesmo motivo. Tudo foi encaminhado ao MP.

Segundo o juiz da 35ª Zona Eleitoral de Campo Grande, Flavio Saad Peron, os quatro estão sujeitos, além da cassação da candidatura, à pena de quatro anos de reclusão, que também é estendida ao eleitor que recebe o benefício ilegal.

O magistrado revela que o Tribunal vem recebendo média de 20 denúncias por dia. Ele conta que um eleitor foi flagrado num posto de combustíveis e confessou que abasteceria o veículo em nome do vereador Mário Cesar.

Fiscais do TRE, acompanhados de policiais federais, apreenderam tíquetes que seriam trocados por combustíveis, relação de carros com placas e nomes e até computadores que continham informações relativas à investigação.

Os primeiros mandados de busca e apreensão foram cumpridos no dia 5 de setembro contra Vander e Mario Cesar. Na última quarta, os alvos foram Saci e Cassiano.

Conforme o juiz, só no caso do candidato Francisco Saci foi encontrada relação com 787 veículos.

As cópias dos processos, além de serem enviadas ao MP, também foram encaminhadas à Polícia Federal para abertura de inquérito.

Recado - Peron afirma que as ações do TRE servem para que os candidatos e coligações fiquem atentos e não tentem cooptar eleitores com as práticas.

“Que os eleitores também tenham consciência de não vender o voto. Além de estragar a oportunidade de decidir por um futuro melhor, podem incorrer em crime”, afirma.

“Os 787 que estão na relação do vereador (Saci) deveriam ficar preocupados. No flagrante que realizamos, pedimos que abrisse inquérito de corrupção eleitoral passiva”.

Outro lado - A coordenação de campanha de Vander Loubet negou as irregularidades e explica que a relação é formada por veículos que atuam na campanha petista, como na carreata do partido realizada no dia 28 de agosto.

Por telefone, o vereador Mario Cesar admitiu o caso, mas explicou que a relação é de trabalho e que o eleitor em questão é contratado de sua campanha. Ele garante que, no depoimento, o homem flagrado pelos fiscais do TRE disse que não havia obrigatoriedade em votar no candidato.

"O rapaz é nosso contratado e vai estar na prestação de contas. Está tudo legal e estou tranquilo em relação a isso", pontuou.

A reportagem entrou em contato com o departamento jurídico da coligação “Mais Trabalho por Campo Grande” para se manifestar sobre o caso relacionado aos outros dois candidatos, no entanto, não obteve resposta.

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