Guerra entre Irã e Israel adia entrega de proposta da licitação de fábrica em MS
Por conta da instabilidade no preço do petróleo, empresas pediram dilação do prazo, que foi para agosto
A instabilidade tarifária do governo do presidente dos EUA, Donald Trump, e a recente ofensiva entre Irã e Israel acabaram por atingir o trâmite da licitação para conclusão da obra da fábrica de fertilizantes UFN3, em Três Lagoas, a 327 quilômetros de Campo Grande. A fase de entrega de propostas, prevista para esta semana, foi para agosto.
RESUMO
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A instabilidade tarifária do governo de Donald Trump e os conflitos entre Irã e Israel impactaram a entrega de propostas para a conclusão da fábrica de fertilizantes UFN3, em Três Lagoas (MS). As empresas pediram prorrogação do prazo devido à volatilidade do preço do petróleo. A ministra Simone Tebet afirmou que o contrato deve ser assinado até janeiro de 2026, com obras retomadas em março. A UFN3, paralisada desde 2014, é considerada estratégica para o agronegócio brasileiro, com potencial para suprir 15% da demanda nacional de nitrogenados. A Petrobras estima que serão necessários R$ 5 bilhões para finalizar o projeto, que deve entrar em operação em 2028.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que as empresas que concorrem à licitação deveriam entregar as propostas esta semana, mas pediram prorrogação do prazo, por conta dos acontecimentos mundiais, que impactam no preço do petróleo.
“Ficou para o final de agosto”, disse Simone, que está em Campo Grande, na solenidade da Aena, que anunciou ampliação dos aeroportos da Capital, Ponta Porã e Corumbá.
Segundo a ministra, a previsão é que o contrato com a vencedora do certame seja assinado entre dezembro deste ano ou até janeiro de 2026. A previsão, de acordo com Simone, é que as obras sejam retomadas a partir de março. “Mas, licitação você sabe como começa, mas nunca como termina; o importante é que o governo federal reconheceu a importância de terminar a fábrica”, avaliou.
No mesmo evento, o governador do Estado, Eduardo Riedel (PSDB), destacou a importância de se concretizar a fábrica. “Quando a gente fala da UFN3, 15% do nitrogenado brasileiro demandado pode vir da UFN3, daqui do Estado. Isso gera também investimento em logística, isso gera investimento em todo um cluster operacional”, disse.

Novela - A construção da UFN3, anunciada como um dos maiores projetos de fertilizantes da América Latina, tem enfrentado uma série de obstáculos desde o início. Quando foi paralisada em 2014, a obra estava 81% concluída e desde então, várias tentativas de retomar o projeto falharam.
Em 2022, a empresa russa Acron manifestou interesse em adquirir a unidade, mas as negociações não avançaram devido às divergências sobre o modelo de operação. A Acron pretendia transformar a UFN3 em uma fábrica de mistura de fertilizantes, proposta que não recebeu apoio do governo estadual nem da Prefeitura de Três Lagoas, que desejam manter o projeto original.
Em abril de 2024, o então presidente da Petrobras, Jean Paul Prattes visitou a planta da unidade de fertilizantes e anunciou que a obra precisa de investimento de R$ 5 bilhões para ser finalizada. A previsão era de que o estudo de viabilidade técnica e econômica e o processo de licitação poderiam ser iniciados ainda neste ano para a unidade entrar em operação em 2028.
O modelo atual da UFN3 prevê a produção de 3.600 toneladas diárias de ureia e 2.200 toneladas de amônia, utilizando 2,3 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Quando concluída, a unidade será a maior fábrica de fertilizantes nitrogenados da América Latina, o que a torna estratégica tanto para o agronegócio brasileiro quanto para a Petrobras.
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