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Economia

Guerra entre Irã e Israel adia entrega de proposta da licitação de fábrica em MS

Por conta da instabilidade no preço do petróleo, empresas pediram dilação do prazo, que foi para agosto

Por Silvia Frias e Fernanda Palheta | 17/06/2025 12:06
Guerra entre Irã e Israel adia entrega de proposta da licitação de fábrica em MS
Obra da fábrica de fertilizantes foi suspena em 2014 (Foto/Arquivo/Saul Schramm)

A instabilidade tarifária do governo do presidente dos EUA, Donald Trump, e a recente ofensiva entre Irã e Israel acabaram por atingir o trâmite da licitação para conclusão da obra da fábrica de fertilizantes UFN3, em Três Lagoas, a 327 quilômetros de Campo Grande. A fase de entrega de propostas, prevista para esta semana, foi para agosto.

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A instabilidade tarifária do governo de Donald Trump e os conflitos entre Irã e Israel impactaram a entrega de propostas para a conclusão da fábrica de fertilizantes UFN3, em Três Lagoas (MS). As empresas pediram prorrogação do prazo devido à volatilidade do preço do petróleo. A ministra Simone Tebet afirmou que o contrato deve ser assinado até janeiro de 2026, com obras retomadas em março. A UFN3, paralisada desde 2014, é considerada estratégica para o agronegócio brasileiro, com potencial para suprir 15% da demanda nacional de nitrogenados. A Petrobras estima que serão necessários R$ 5 bilhões para finalizar o projeto, que deve entrar em operação em 2028.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que as empresas que concorrem à licitação deveriam entregar as propostas esta semana, mas pediram prorrogação do prazo, por conta dos acontecimentos mundiais, que impactam no preço do petróleo.

“Ficou para o final de agosto”, disse Simone, que está em Campo Grande, na solenidade da Aena, que anunciou ampliação dos aeroportos da Capital, Ponta Porã e Corumbá.

Segundo a ministra, a previsão é que o contrato com a vencedora do certame seja assinado entre dezembro deste ano ou até janeiro de 2026. A previsão, de acordo com Simone, é que as obras sejam retomadas a partir de março. “Mas, licitação você sabe como começa, mas nunca como termina; o importante é que o governo federal reconheceu a importância de terminar a fábrica”, avaliou.

No mesmo evento, o governador do Estado, Eduardo Riedel (PSDB), destacou a importância de se concretizar a fábrica. “Quando a gente fala da UFN3, 15% do nitrogenado brasileiro demandado pode vir da UFN3, daqui do Estado. Isso gera também investimento em logística, isso gera investimento em todo um cluster operacional”, disse.

Guerra entre Irã e Israel adia entrega de proposta da licitação de fábrica em MS
Ministra do Planejamento, Simone Tebet, falou sobre a UFN3, durante evento em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)

Novela - A construção da UFN3, anunciada como um dos maiores projetos de fertilizantes da América Latina, tem enfrentado uma série de obstáculos desde o início. Quando foi paralisada em 2014, a obra estava 81% concluída e desde então, várias tentativas de retomar o projeto falharam.

Em 2022, a empresa russa Acron manifestou interesse em adquirir a unidade, mas as negociações não avançaram devido às divergências sobre o modelo de operação. A Acron pretendia transformar a UFN3 em uma fábrica de mistura de fertilizantes, proposta que não recebeu apoio do governo estadual nem da Prefeitura de Três Lagoas, que desejam manter o projeto original.

Em abril de 2024, o então presidente da Petrobras, Jean Paul Prattes visitou a planta da unidade de fertilizantes e anunciou que a obra precisa de investimento de R$ 5 bilhões para ser finalizada. A previsão era de que o estudo de viabilidade técnica e econômica e o processo de licitação poderiam ser iniciados ainda neste ano para a unidade entrar em operação em 2028.

O modelo atual da UFN3 prevê a produção de 3.600 toneladas diárias de ureia e 2.200 toneladas de amônia, utilizando 2,3 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Quando concluída, a unidade será a maior fábrica de fertilizantes nitrogenados da América Latina, o que a torna estratégica tanto para o agronegócio brasileiro quanto para a Petrobras.

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