Em palanque com PSDB, MDB e Republicanos, ministros cortejam "último tucano"

A agenda pública do governador Eduardo Riedel (PSDB), nesta terça-feira (17), no Aeroporto Internacional de Campo Grande, colocou no mesmo palanque os partidos que articulam uma união para as eleições de 2026: PSDB, MDB e Republicanos. O tucano recebeu o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio  Costa Filho (Republicanos), para lançar a expansão dos terminais da Capital, Ponta  Porã e Corumbá. Os dois dividiram atenção com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, nome do MDB.

Entre sorrisos, apertos de mão e troca de elogios, o clima nos bastidores foi de “flerte” entre o chefe do Executivo e os representantes do governo federal. Uma das possibilidade rumo a 2026 é de que o último grande reduto tucano no Centro‑Oeste, dono de 44 das 79 prefeituras do Estado, pode selar uma aliança em breve com o MDB e o Republicanos.

“No Estado, a gente tem uma base do PSDB muito sólida. Ontem tivemos a bancada estadual, vamos estar reunidos com os prefeitos, mas temos que ouvir a base também. Por mais que o Podemos não tenha avançado, acho que as negociações em torno do destino do partido, do fortalecimento do partido, continuam com outros partidos. Estamos falando do MDB, estamos falando com o Republicanos e outros partidos, como o PSD. Acho que tudo isso faz parte do processo de consolidação dos partidos no Brasil”, declarou Riedel. Ele reforçou que permanece no ninho tucano “no tempo certo, no momento certo”.

Silvio  Costa  Filho sinalizou que a porta do Republicanos está escancarada. “Primeiro, dizer da alegria de poder estar ao lado do governador Riedel. Ele sabe que o Republicanos está de portas abertas para ele, que é o número 10, ele sabe do apreço que temos por ele. A gente está conversando. Neste momento, o que acontece é apenas um diálogo. Sobre federação, tanto com o PSDB como também com o MDB, são as duas possíveis federações que estamos estudando.”

A troca de acenos também foi feita por Tebet. “Os tucanos sempre serão bem-vindos na federação que estamos discutindo com o Republicanos. Especialmente o governador Eduardo Riedel. Está havendo conversas entre o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, e o presidente do MDB, Baleia Rossi. É um processo lento, um processo de amadurecimento, que pode ou não acontecer, mas não vai acontecer antes de 60 dias, se é que vai acontecer”, disse a emedebista.

Ela ressaltou que a retomada da articulação do PSDB no xadrez político mudou o cenário. “O fato de o PSDB voltar, a princípio, dado como certo na incorporação com o Podemos, faz com que a gente também volte a ter a expectativa de poder conversar com o PSDB. Então, vamos aguardar. Acho que esses 60 dias, ou 70 dias, serão de fortes emoções”, completou a ministra.

Entenda - Nos bastidores, o PSDB tenta se recuperar do revés na tentativa de fusão com o Podemos, abortada na semana passada após uma disputa pelo comando nacional. A nova aposta envolve a formação de uma federação, modelo que mantém a identidade de cada sigla, mas soma votos para superar a cláusula de desempenho, com o MDB, o Republicanos ou até mesmo com ambos, repetindo o movimento que formou a União Progressista (União Brasil + PP).

Analistas veem vantagem para Riedel. O governador é hoje a principal vitrine tucana no país e teme uma desidratação local caso migre de partido sozinho. A federação, por outro lado, daria fôlego nacional aos tucanos sem romper os laços regionais já consolidados.

Enquanto isso, prefeitos, vereadores e deputados tucanos de Mato Grosso do Sul mantêm os olhos no relógio. O prazo informal dado por Riedel para definir o rumo partidário termina no fim deste semestre. Até lá, o PSDB continua voando em formação, mas de olho na pista de decolagem compartilhada com MDB e Republicanos.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Confira a galeria de imagens: