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Política

Em dia de eleição, delegacia de Tacuru registra ao menos 12 crimes eleitorais

Ex-vice-prefeito foi preso por tentar comprar votos; ele pagou fiança e R$ 10 mil e foi liberado

Anahi Zurutuza | 04/06/2017 17:15
Pessoa apresenta documentos para votar; em Tacuru teve eleitor que chegou na seção eleitoral e descobriu que já haviam votado por ele (Foto: TSE/Divulgação)
Pessoa apresenta documentos para votar; em Tacuru teve eleitor que chegou na seção eleitoral e descobriu que já haviam votado por ele (Foto: TSE/Divulgação)

A Delegacia de Polícia Civil de Tacuru – a 427 km de Campo Grande –, onde ocorre neste domingo (4) a votação para a escolha do novo prefeito, registrou ao menos 12 ocorrências de crimes eleitorais.

De acordo com o delegado Mikaill Faria, a maior parte dos flagrantes foi por compra de voto e transporte de eleitores, mas houve também ocorrência de pessoas que não conseguiram votar porque já haviam votado no lugar delas e de um eleitor que tirou uma selfie na urna, o que é proibido pela Lei Eleitoral por ferir o sigilo do voto.

“Foi um dia bem corrido”, disse o delegado sem dar mais detalhes.

Adailton foi considerado inapto a se candidatar no ano passado, conforme consta na página da Justiça Eleitoral; mas decisão final só saiu depois que ele tinha sido eleito vice (Foto: Reprodução/Divulgacand)
Adailton foi considerado inapto a se candidatar no ano passado, conforme consta na página da Justiça Eleitoral; mas decisão final só saiu depois que ele tinha sido eleito vice (Foto: Reprodução/Divulgacand)

Vice preso – Um dos presos é o ex-vice-prefeito da cidade Adailton de Oliveira, de 46 anos. Consta no boletim de ocorrência, que ele estava “zanzando” pela cidade em busca de eleitores e oferecia dinheiro em troca de voto para um dos candidatos.

Adailton é filiado ao PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), partido que nas eleições de 2016 foi coligado com o PP (Partido Progressista), que tem candidato na disputa deste ano, o vereador Paulo Mello, presidente da Câmara e que assumiu a prefeitura após a cassação da candidatura de Claudio Rocha Barcelos, o Dr. Claudio (PR).

O homem detido hoje era o vice de Claudio. Ele prestou esclarecimentos na delegacia e, segundo a Justiça Eleitoral, pagou fiança de R$ 10 mil para ser liberado.

A polícia, contudo, não confirma que ele estivesse comprando votos para Paulo Mello.

Outras ocorrências – Na véspera da eleição, uma força-tarefa formada por policiais militares da cidade e servidores da Justiça Eleitoral atenderam a duas ocorrências de corrupção eleitoral. Neste sábado (3), uma equipe flagrou um homem com anotações que seriam o controle da compra de votos e mais à noite uma van que fazia o transporte ilegal de eleitores foi parada.

Por volta das 20h de ontem, um veículo, que estava parado em uma estrada na entrada de Tacuru, foi abordado pela PM. O condutor afirmou que havia sido contratado por Anatália Garcia para buscar os eleitores no Paraná e voltar à cidade.

De início, Anatália disse que havia contratado a van para transportar parentes dela. A polícia checou e constatou que realmente dois passageiros eram da família da mulher. Mas, outro ocupante do veículo confessou que havia recebido dinheiro para votar neste domingo.

O condutor da van, Anatália e os dois familiares dela foram detidos.

Também neste sábado, funcionários da Carreta da Justiça, do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), o juiz eleitoral da cidade e policiais militares abordaram duas caminhonetes Toyota Hilux que estariam sendo usadas por equipes que compravam votos para um dos candidatos a prefeito.

Um homem identificado como Claudinei Luiz Bucioli, de 46 anos, estava com um caderno de anotações de pagamentos para eleitores que colocaram adesivos em seus carros, receberam cestas básicas e a promessa de emprego na prefeitura, conforme o boletim de ocorrência. Ele foi detido, mas liberado após pagar R$ 10 mil de fiança, segundo a Justiça Eleitoral.

Paulo Mello (à esquerda) é prefeito interino e disputa eleição com Carlos Pelegrini (Fotos: A Gazeta News)
Paulo Mello (à esquerda) é prefeito interino e disputa eleição com Carlos Pelegrini (Fotos: A Gazeta News)

Eleição – A eleição suplementar acontece hoje devido ao indeferimento dos pedidos de candidatura de Claudio e Adailton justamente por captação ilícita de votos.

A chapa teve o registro negado, mas seguiu no pleito no ano passado, pois tinha recurso em tramitação. Porém, decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que saiu depois que Claudio e Adailton foram eleitos com 2.737 votos, tornou definitivo o indeferimento.

Com isso, os votos foram anulados, sendo marcada uma nova eleição.

Agora, concorrem ao cargo Paulo Mello e ex-vereador Carlos Pelegrini (PMDB), que perdeu a disputa para Claudio em outubro de 2016.

A estimativa dos funcionários da Justiça Eleitoral é que até às 18h a apuração dos votos esteja concluída.

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