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Política

Empresa de plantio “superfaturou” contratação de artistas pela Fundac

Empresa de arborização “superfaturou” contratação de artistas pela Fundac

Edivaldo Bitencourt e Kleber Clajus | 02/06/2014 11:26
Audiência pública na Câmara debate irregularidades na Fundac (Foto: Cleber Gellio)
Audiência pública na Câmara debate irregularidades na Fundac (Foto: Cleber Gellio)

A empresa Eco Vida realizou a contratação de artistas para a Fundac (Fundação Municipal de Cultura) com valores “superfaturados” enquanto a razão social era arborização. Antes da mudança no objeto social, a empresa, que foi contratada na gestão de Alcides Bernal (PP), contratou músicos como Peninha e David Quinlan com o dobro do valor pago um ano antes.

Essas foram algumas das irregularidades apresentadas, na manhã de hoje (2) em audiência pública na Câmara Municipal, pela presidente da Fundac (Fundação Municipal de Cultura), Juliana Zorzo, em audiência pública sobre os gastos do órgão.

Ela também apontou favorecimento de parentes da comissão julgadora na escolha dos quiosques na Cidade do Natal e até sumiço do dinheiro obtido com o aluguel. As denúncias deixaram o vereador Paulo Siufi (PMDB), estarrecido. “Acho vergonhoso o que aconteceu, é uma quadrilha que se instalou na Fundac”, afirmou o peemedebista.

Com as apresentações feitas hoje, que revoltaram ainda mais artistas e integrantes do Fórum da Cultura, a CPI da Folia ganhou mais força na Câmara Municipal. O objetivo é investigar também o calote de R$ 140 mil dado nos artistas. Eles prestaram o serviço, mas a fundação não tem como pagar porque os contratos sumiram e não há comprovantes da realização dos eventos.

Irregularidades – Segundo Juliana, a Eco Vida só mudou o objeto social de plantio e arborização na 8ª mudança de endereço, quando passou a atuar também na “produção e agenciamento de artistas”.

Antes, ela chegou a intermediar a contratação do músico Peninha por R$ 47,9 mil, sendo que um ano antes, o mesmo músico foi contratado por R$ 20 mil. Outro caso é do cantor gospel David Quinlan, que ganhou R$ 47,8 mil, mas tinha cobrado cachê de R$ 27,5 mil no ano anterior.

Outra irregularidade, segundo a presidente da Fundac, é que os contratos foram assinados por Luciano de Matos Nantes, que não constava do contrato social da empresa nem tinha procuração válida para representar a Eco Vida.

Juliana contou que uma equipe foi verificar o endereço da empresa. No primeiro, estava uma casa tomada pelo mato e com uma faixa indicando outro endereço. No novo, funcionava um escritório de advocacia.

Parentes – A equipe responsável em selecionar quem ficaria com os quiosques na Cidade do Natal teria contemplado parentes, segundo Juliana. Além disso, segundo a Fundac, os R$ 84 mil provenientes do aluguel sumiram.

“O dinheiro nunca entrou na Fundac e não temos conhecimento do que aconteceu”, afirmou a dirigente. Cada quiosque teria sido alugado por R$ 6 mil.

A Eco Vida também está envolvida nos gastos com o Carnaval, que teriam superado R$ 800 mil. O valor é muito aquém dos gastos nos anos anteriores.

Juliana contou que não tem como pagar os artistas, que teriam levado calote de R$ 140 mil da Fundac. Os contratos sumiram e a Fundação de Cultura está procurando um meio de tentar quitar os débitos.

Todos os casos foram denunciados ao MPE (Ministério Público Estadual) e ao Tribunal de Contas do Estado.

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