Há 34 anos no Dnit, cotado para substituir Miranda vive expectativa de nomeação
Com o nome aprovado pela bancada federal, o engenheiro Carlos Antônio Pascoal evita o clima de já ganhou

Com o nome aprovado pela bancada federal para substituir o ex-governador Marcelo Miranda no comando do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) em Mato Grosso do Sul, o engenheiro Carlos Antônio Pascoal vivencia a expectativa de ser nomeado pelo Ministério dos Transportes, mas evita o clima de já ganhou.
“Minha experiência contou. Dentre os currículos, [o meu] encaixava melhor no perfil. O que não dá o direito de dizer que já é o superintendente”, afirmou nesta sexta-feira em entrevista ao Campo Grande News. A seu favor, também conta uma moção assinada pelos funcionários, que foi encaminhada ao ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos.
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Servidor de carreira, Carlos Antônio, de 56 anos, trabalha desde 1978 no Dnit. Ele chegou a Mato Grosso do Sul em 1989. No Estado, ficou à frente do Dnit de Anastácio, entre 1989 e 2001, e de Três Lagoas, entre os anos de 2001 e 2009. Em seguida, foi transferido para o Pará.
O retorno a Mato Grosso do Sul aconteceu em outubro do ano passado. Para 2012, ele estava na expectativa de, por indicação de Miranda, ser nomeado como substituto para o segundo cargo mais importante do órgão federal, cujo titular era Guilherme Alcântara de Carvalho.
Contudo, no último dia 2, Marcelo Miranda e Carvalho foram punidos com demissão em um processo administrativo disciplinar. Com os cargos vagos, alguns nomes foram cogitados, mas, ontem, deputados federais e o governador André Puccinelli (PMDB) teriam avalizado as indicações de Pascoal para a superintendência e do engenheiro Antônio Carlos Nogueira para Chefe do Serviço de Engenharia, que corresponde às funções de um superintendente-adjunto. Parte do plano já foi concretizada pelo Planalto, com nomeação nesta sexta-feira de Antônio Carlos.
Carlos Antônio Pascoal avalia que as tratativas para indicar o superintendente do órgão federal passam por várias avaliações até chegar ao ministro. Portanto, a demora para nomeação é maior.
Relações – Ele avalia que a indicação para substituir Marcelo Miranda teve caráter técnico. “Não posso dizer que sou apolítico, porque político todo mundo é”, diz. Com a afirmação, encerra os questionamentos sobre a construção política de sua nomeação.
Sem filiação partidária, a preferência é por falar de obras. Ele destaca os trabalhos desempenhados na implantação da BR-158, entre Três Lagoas e Selvíria, e na BR-262, de Campo Grande a Três Lagoas.
De acordo com o coordenador da bancada federal, deputado Geraldo Resende (PMDB), chegou-se aos nomes dos indicados após ouvir os servidores. “Tinha que conhecer a malha rodoviária. E sem qualquer indicação partidária”, afirma.
Demitidos - Marcelo Miranda e Guilherme Carvalho foram punidos por desrespeito a dois artigos da lei sobre deveres dos servidores públicos federais: observar as normas legais e regulamentares; e levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo. Miranda foi governador de Mato Grosso do Sul, prefeito de Campo Grande e senador.
Também foi demitido Carlos Roberto Milhorim, chefe do Dnit em Dourados. Ele foi enquadrado nos artigos de: valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; improbidade administrativa, lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional, e corrupção. O processo teve início em 2006, após operação da PF (Polícia Federal).
Em 2006, Milhorim foi acusado de chefiar um esquema de desvio de verbas públicas. A PF apreendeu documentos na sede do órgão federal em Dourados. À época, uma empresa contratada para operações tapa-buraco funcionava dentro do Dnit.
Marcelo Miranda negou todas as denúncias de irregularidades.