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Política

Há 34 anos no Dnit, cotado para substituir Miranda vive expectativa de nomeação

Aline dos Santos e Wendell Reis | 06/01/2012 14:06

Com o nome aprovado pela bancada federal, o engenheiro Carlos Antônio Pascoal evita o clima de já ganhou

A favor de Carlos Antônio, também conta moção assinada pelos funcionários, que foi encaminhada ao ministro. (Foto: Simão Nogueira)
A favor de Carlos Antônio, também conta moção assinada pelos funcionários, que foi encaminhada ao ministro. (Foto: Simão Nogueira)

Com o nome aprovado pela bancada federal para substituir o ex-governador Marcelo Miranda no comando do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) em Mato Grosso do Sul, o engenheiro Carlos Antônio Pascoal vivencia a expectativa de ser nomeado pelo Ministério dos Transportes, mas evita o clima de já ganhou.

“Minha experiência contou. Dentre os currículos, [o meu] encaixava melhor no perfil. O que não dá o direito de dizer que já é o superintendente”, afirmou nesta sexta-feira em entrevista ao Campo Grande News. A seu favor, também conta uma moção assinada pelos funcionários, que foi encaminhada ao ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos.

Servidor de carreira, Carlos Antônio, de 56 anos, trabalha desde 1978 no Dnit. Ele chegou a Mato Grosso do Sul em 1989. No Estado, ficou à frente do Dnit de Anastácio, entre 1989 e 2001, e de Três Lagoas, entre os anos de 2001 e 2009. Em seguida, foi transferido para o Pará.

O retorno a Mato Grosso do Sul aconteceu em outubro do ano passado. Para 2012, ele estava na expectativa de, por indicação de Miranda, ser nomeado como substituto para o segundo cargo mais importante do órgão federal, cujo titular era Guilherme Alcântara de Carvalho.

Contudo, no último dia 2, Marcelo Miranda e Carvalho foram punidos com demissão em um processo administrativo disciplinar. Com os cargos vagos, alguns nomes foram cogitados, mas, ontem, deputados federais e o governador André Puccinelli (PMDB) teriam avalizado as indicações de Pascoal para a superintendência e do engenheiro Antônio Carlos Nogueira para Chefe do Serviço de Engenharia, que corresponde às funções de um superintendente-adjunto. Parte do plano já foi concretizada pelo Planalto, com nomeação nesta sexta-feira de Antônio Carlos.

Carlos Antônio Pascoal avalia que as tratativas para indicar o superintendente do órgão federal passam por várias avaliações até chegar ao ministro. Portanto, a demora para nomeação é maior.

Relações – Ele avalia que a indicação para substituir Marcelo Miranda teve caráter técnico. “Não posso dizer que sou apolítico, porque político todo mundo é”, diz. Com a afirmação, encerra os questionamentos sobre a construção política de sua nomeação.

Sem filiação partidária, a preferência é por falar de obras. Ele destaca os trabalhos desempenhados na implantação da BR-158, entre Três Lagoas e Selvíria, e na BR-262, de Campo Grande a Três Lagoas.

De acordo com o coordenador da bancada federal, deputado Geraldo Resende (PMDB), chegou-se aos nomes dos indicados após ouvir os servidores. “Tinha que conhecer a malha rodoviária. E sem qualquer indicação partidária”, afirma.

Demitidos - Marcelo Miranda e Guilherme Carvalho foram punidos por desrespeito a dois artigos da lei sobre deveres dos servidores públicos federais: observar as normas legais e regulamentares; e levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo. Miranda foi governador de Mato Grosso do Sul, prefeito de Campo Grande e senador.

Também foi demitido Carlos Roberto Milhorim, chefe do Dnit em Dourados. Ele foi enquadrado nos artigos de: valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; improbidade administrativa, lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional, e corrupção. O processo teve início em 2006, após operação da PF (Polícia Federal).

Em 2006, Milhorim foi acusado de chefiar um esquema de desvio de verbas públicas. A PF apreendeu documentos na sede do órgão federal em Dourados. À época, uma empresa contratada para operações tapa-buraco funcionava dentro do Dnit.

Marcelo Miranda negou todas as denúncias de irregularidades.

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