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Política

Investigação envolve Ruiter e "Baianinho" em crime eleitoral

Aline dos Santos | 18/10/2016 12:37
Foto enviada por leitor ao site Capital do Pantanal mostra equipe da PF  na casa de Baianinho no dia da eleição.
Foto enviada por leitor ao site Capital do Pantanal mostra equipe da PF na casa de Baianinho no dia da eleição.
Eleito, Ruiter Cunha já foi prefeito de Corumbá e teve gestão investigada em duas ações da Policia Federal). (Foto: Arquivo)
Eleito, Ruiter Cunha já foi prefeito de Corumbá e teve gestão investigada em duas ações da Policia Federal). (Foto: Arquivo)

Eleitos em Corumbá, Ruiter Cunha (PSDB) e Irailton Oliveira Santana (PSDB), o Baianinho, são investigados por crime eleitoral. O primeiro venceu a disputa pela prefeitura e Baianinho foi o segundo candidato a vereador mais votado, com 1.524 votos.

A PF (Polícia Federal) fez apreensões na casa do candidato a vereador no dia 2 de outubro, data do primeiro turno da eleição. Por meio da assessoria de imprensa, a PF informa que não divulga nomes, mas que o caso envolve dois candidatos que foram eleitos.

Conforme apurado pela reportagem, durante a “visita” da polícia à residência de Baianinho, ele jogou o celular na casa do vizinho, que, em seguida, entregou o aparelho aos policiais. Com efetivo de 32 pessoas envolvidas na ação, a PF apura crimes de transporte ilegal de eleitores e compra de votos. Foram apreendidos celulares, documentos e computadores na casa do vereador eleito.

Também no dia das eleições, foram presos dois bolivianos, que atuavam no transporte ilegal de eleitores da Bolívia para Corumbá, cidade vizinha. Eles foram liberados na segunda-feira (dia 3) e negaram o crime. Contudo, testemunhas confirmaram o transporte irregular. Ainda de acordo com a Polícia Federal, a fase de investigação está sendo finalizada para ser encaminhada à Justiça Eleitoral. Já o Ministério Público Eleitoral informa que a investigação está sob sigilo.

O Campo Grande News apurou que foram encontrados vídeos e imagens de eleitor na urna comprovando o voto.

Sigilo - A defesa de Ruiter Cunha relata que procurou a PF após os rumores de que ele era investigado. Contudo, não foi fornecido cópia do procedimento porque está sob sigilo. “E porque, em tese, ele não é investigado. Ainda não tem nenhuma medida jurídica”, diz o advogado Valeriano Fontoura,

Eleito com 23.566 votos, Ruiter já foi prefeito de Corumbá. Entre 2012 e 2013, a gestão foi alvo de duas operações da Polícia Federal: Decoada e Cornucópia. A primeira investigou fraudes em licitação. A segunda foi desencadeada a partir de denúncias de fraude na folha de pagamento dos servidores da prefeitura para a contratação de empréstimos consignados. Na época, em 2013, o prejuízo aos cofres públicos chegou a R$ 15 milhões.

Em maio do ano passado, a juíza Luiza Vieira Sá de Figueiredo, da Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos, suspendeu os direitos políticos de Ruiter Cunha em denúncia do MPE (Ministério Público Estadual) por improbidade administrativa. Contudo, ele recorreu ao TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e por isso disputou a eleição, mas o processo segue em tramitação e pode resultar em condenação.

Ruiter declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 532.479,40. A campanha teve arrecadação de R$ 207.274,00 com despesa contratada de R$ 204.201,00

Baianinho – Irailton Santana foi presidente do Sindicato dos Taxistas e declarou bens de R$ 300 mil à Justiça Eleitoral. Do total, R$ 50 mil era de dinheiro em espécie e R$ 250 mil de um imóvel.

A campanha do candidato teve receita de R$ 31.627 e despesa contratada de R$ 12.400. A reportagem não conseguiu contato com o vereador eleito.

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