Lula deve ir só à inauguração de fábrica em MS, dizem deputados
Presidente compareceria à oficialização das terras índígenas de Ñande Ru Marangatu, demarcadas em novembro
Após adiamento da entrega simbólica das terras indígenas de Ñande Ru Marangatu, localizada em Antônio João, marcada para o dia 25 de novembro, o presidente Lula não deve participar do ato que acontecerá nesta quarta-feira (4). Deputados do Partido dos Trabalhadores afirmaram que ele virá para Mato Grosso do Sul apenas para inauguração da nova fábrica da Suzano, dia 5, em Ribas do Rio Pardo, município a 98 quilômetros da Capital.
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Em novembro, o governo federal confirmou um depósito de R$ 27.887.718,98 relacionado a um acordo histórico homologado pelo STF para resolver conflitos fundiários em Antônio João, onde fazendeiros e indígenas guarani-kaiowá enfrentam disputas por terras. O presidente Lula, que visitou Mato Grosso do Sul diversas vezes este ano, não participará da entrega simbólica das terras indígenas de Ñande Ru Marangatu, marcada para o dia 25, e se concentrará na inauguração de uma nova fábrica da Suzano. O acordo envolve um desembolso total de R$ 118.112.281,02, programado para ser pago até janeiro de 2025, visando a pacificação da região e a implementação de uma nova política de manejo do fogo para atividades agropecuárias.
O deputado da bancada federal, Vander Loubet (PT), afirmou ao Campo Grande News que a presença do presidente no Estado está confirmada, mas a agenda será reduzida. Ele não informou o motivo.
"Lula está confirmado, a informação que tive hoje da Casa Civil é que ele vem dia 4, na quarta-feira e que ele suspendeu Antônio João. Chega em Campo Grande, dorme aqui, e segue para Ribas do Rio Pardo cedinho no dia 5. A informação que tenho é que suspendeu lá [Antônio João]".
A deputada Camila Jara (PT) também informou que provavelmente Lula comparecerá em apenas uma agenda. Os dois parlamentares ressaltam que o cronograma pode ser alterado até quarta-feira.
Ñande Ru Marangatu é palco de conflitos agrários entre fazendeiros e guarani-kaiowá há anos, mas apenas em 2024 o governo federal colocou "fim" às mortes causadas pela disputa pelas terras. Em 12 de novembro, a gestão confirmou o depósito de R$ 27.887.718,98 e o STF (Supremo Tribunal Federal) definiu prazo para que proprietários rurais deixassem as áreas em Antônio João, que integram a terra indígena.
Lula em MS - Neste ano, essa será a terceira visita de Lula a Mato Grosso do Sul. Em abril, ele esteve em Campo Grande para inaugurar a exportação de carne à China da empresa JBS. O ato fez parte do processo de expansão das plantas frigoríficas brasileiras que foram habilitadas para envio da carne para a Ásia. Nesta visita, em específico, o gestor chegou a assuntar a proposta de compra de terras indígenas de Ñande Ru Marangatu.
Meses depois, em junho, o petista sobrevoou o Pantanal junto ao governador Eduardo Riedel (PSDB) e as ministras Simone Tebet (Planejamento) e Marina Silva (Meio Ambiente), no ápice dos incêndios florestais que assolaram o bioma. Além disso, assegurou uma nova política de manejo integrado do fogo combina conhecimentos técnicos, científicos e tradicionais, permitindo o uso controlado do fogo em atividades agropecuárias.
Acordo histórico - Em setembro, o STF (Supremo Tribunal Federal) homologou o acordo histórico para o fim de conflito fundiário entre fazendeiros e indígenas no município de Antônio João. No dia 12 de novembro, o governo federal confirmou o depósito de R$ 27 milhões. O pleno cumprimento do acordo envolve o desembolso, ainda, de R$ 102.112.281,02 pela União e outros R$ 16 milhões pelo Governo de Mato Grosso do Sul, a serem repassados em janeiro de 2025.
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