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Política

Marquinhos Trad deve ser chamado à CPI do Transporte Público

No total, oito oitivas estão agendadas e mais de 400 denúncias foram feitas à Ouvidoria da comissão

Por Ketlen Gomes | 28/04/2025 18:25
Marquinhos Trad deve ser chamado à CPI do Transporte Público
Mesa diretora da CPI do Transporte Público de Campo Grande. (Foto: Ketlen Gomes)

A segunda fase da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Transporte Público da Capital começou nesta segunda-feira (28) na Câmara Municipal de Campo Grande, com o depoimento da especialista em mobilidade urbana Lúcia Maria Mendonça. Após as considerações de Mendonça, os vereadores deverão incluir o ex-prefeito e atual vereador Marcos Marcello Trad (PDT), conhecido como Marquinhos Trad, para participar das oitivas.

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A segunda fase da CPI do Transporte Público de Campo Grande iniciou com o depoimento da especialista em mobilidade urbana Lúcia Maria Mendonça. Após apontamentos sobre falhas na gestão e fiscalização do transporte coletivo, os vereadores planejam convocar o ex-prefeito Marquinhos Trad para prestar esclarecimentos. A comissão recebeu 447 denúncias entre março e abril, incluindo reclamações sobre má conservação dos ônibus, superlotação e atrasos. A CPI contará com apoio de grupo contábil para análise financeira e programou oitivas com ex-diretores e atual diretor da Agereg e Agetran, além de especialistas do setor.

O depoimento de Marquinhos foi solicitado por Maicon Nogueira (PP), membro da mesa diretora da CPI, após Lúcia apontar diversas falhas da prefeitura na gestão e fiscalização do transporte coletivo da Capital. O requerimento para convocá-lo deverá ser oficializado e apreciado pelos demais membros da comissão.

“Acredito que, com a aprovação dos colegas, por ter sido prefeito durante seis anos, ele pode contribuir muito em relação às dúvidas que temos sobre a fiscalização do poder público municipal, que deveria ser feita e não está sendo”, comentou Nogueira.

Marquinhos Trad esteve presente durante um período da oitiva de hoje, mas saiu após a solicitação de realizar perguntas à especialista ser negada pelo presidente da mesa diretora, o vereador Dr. Lívio (União Brasil), devido ao regimento da Câmara Municipal prevê que apenas membros da mesa diretora podem fazer perguntas.

Outras iniciativas também serão tomadas após a primeira oitiva, como o envio de requerimentos ao Consórcio Guaicurus, à Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços) e à Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), solicitando informações sobre a fiscalização e a receita da empresa.

“Vocês podem perceber que teve a questão dos outdoors, que era uma receita que a gente não contabilizava e agora vamos contabilizar, a venda dos ônibus, o patrimônio do consórcio. Então, vários requerimentos serão produzidos a partir da oitiva de hoje”, destacou o vereador Ademar Vieira Júnior, o Júnior Coringa (MDB), que também integra a mesa diretora da CPI.

Em coletiva, após a primeira oitiva, os vereadores informaram que a CPI contará agora com o apoio de um grupo contábil, que será responsável por analisar todas as informações financeiras recebidas pela Câmara e apurar os valores da receita do transporte público da Capital.

A vereadora Ana Portela (PL), relatora da comissão, explicou que, até o momento, o Consórcio Guaicurus enviou dados sobre o aporte financeiro de forma bruta, apenas com o extrato bancário. Uma análise está sendo feita para apurar o valor real dos recursos.

Os parlamentares também comentaram que outros órgãos, além do Consórcio Guaicurus, como o Ministério Público de Mato Grosso do Sul e o Tribunal de Contas, foram oficiados, mas ainda não enviaram todas as informações solicitadas.

“A Agetran é quem tem mandado com mais frequência e dentro do prazo. O consórcio também já enviou algumas informações e pediu mais prazo. Nós reiteramos os ofícios e concedemos novo prazo”, explicou o vereador Dr. Lívio (União Brasil), presidente da CPI. Ele destacou que a solicitação de dados e documentos será contínua durante o inquérito.

Para as próximas oitivas, que ocorrerão às segundas e quartas-feiras, já foram convocados ex-diretores e o atual diretor da Agereg, da Agetran, além de especialistas em transporte coletivo e mobilidade urbana.

A relatora Ana Portela lembrou ainda que, em 2024, foi aprovado um orçamento de R$ 8 milhões para a Agetran, o que garantiria recursos suficientes para realizar a fiscalização. Segundo ela, a comissão espera que, a partir dos trabalhos da CPI, os órgãos competentes consigam se articular para oferecer um serviço adequado, de acordo com os problemas levantados.

Até o momento, o relatório de demandas recebidas pela Ouvidoria da CPI, referente ao período de 25 de março a 28 de abril, aponta o registro de 447 denúncias. Entre as principais reclamações estão a má conservação dos ônibus, superlotação, atrasos, falta de veículos, falta de acessibilidade, má conduta de motoristas, falta de fiscalização, infraestrutura precária, má gestão, tarifa alta e baixa qualidade do serviço.

Entre os relatos de passageiros estão denúncias de goteiras nos ônibus, ausência de elevadores para cadeirantes, peças soltas dentro dos veículos e falta de assentos adequados para pessoas com deficiência.

A reportagem procurou a prefeitura para comentar as críticas feitas à gestão do transporte público, mas não obteve resposta até a publicação da matéria.

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