Advogado denuncia golpe de contadora e prejuízo de R$ 17 milhões
“Foi coisa de louco. Começaram a chegar notificações de cartórios”, diz José Luiz Saad Coppola

Advogado e empresário, José Luiz Saad Coppola, 67 anos, relata que se viu preso a um emaranhado de protestos de dívidas de R$ 17 milhões após sofrer golpes de uma contadora.
RESUMO
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O advogado e empresário José Luiz Saad Coppola, de 67 anos, denunciou um golpe que resultou em um prejuízo de R$ 17 milhões. Ele e sua esposa, também empresária, foram vítimas de uma fraude envolvendo a contadora Aline Leal da Rocha, que utilizou suas assinaturas digitais como avalistas em contratos fraudulentos. A contadora financiou uma caminhonete Dodge Ram no valor de R$ 386 mil em nome da esposa de Coppola, sem o conhecimento do casal. Aline e seus familiares foram indiciados por estelionato após a investigação da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes de Defraudações. Eles usaram dados do casal, que possuía alta pontuação de crédito, para dar credibilidade aos contratos fraudulentos. O banco envolvido demitiu a funcionária responsável pela transação, e a garagem perdeu o status de correspondente bancário. O caso ainda está sob investigação.
“Foi coisa de louco. Começaram a chegar notificações de cartórios pelas cartas de consórcios. Ela recebia de 20% a 30% dos valores de entrada e usou minha assinatura digital como avalista”, afirma.
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Ele e a esposa, que é empresária e agropecuarista, registraram Boletim de Ocorrência na Dedfaz (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes de Defraudações, Falsificações, Falimentares e Fazendários) em 10 de fevereiro deste ano.
O relato foi de que Aline Leal da Rocha, 31 anos, que havia prestado serviços de contadora para a família, financiou uma caminhonete Dodge Ram (R$ 386 mil) em nome da empresária. A compra foi em uma garagem na Avenida Bandeirantes, em Campo Grande.
A vítima contou que em 19 de junho de 2024 recebeu visita da agente de financiamento, que repassou o próprio celular para que a empresária fizesse reconhecimento facial, mas sob a justificativa de transferir cartas de crédito. O contrato para compra da caminhonete não tinha o endereço da vítima e o e-mail para contato era o da mãe de Aline. Mas, de fato, o documento tinha o rosto da esposa do advogado na etapa de biometria facial.
O mesmo registro policial detalha que José Luiz passou a receber notificações por descumprimento de obrigação contratual e notificação para rescisão, com devolução de valores e indenização. O nome dele aparece como avalista na compra e venda de cartas de crédito. As pessoas que reclamam de prejuízo são moradoras de Sorriso, no Mato Grosso. Num dos protestos, o valor é de R$ 12.471.600,00.
Em 27 de maio de 2025, o delegado Carlos Eduardo Trevelin Millan, titular da Dedfaz, indiciou três pessoas pelo estelionato: Aline Leal da Rocha, Edlamar Leal de Souza Araújo (mãe de Aline) e Jhonny Leal da Rocha (irmão de Aline). O trio não foi localizado durante o inquérito.
Conforme a investigação, eles providenciaram a aquisição da empresa Metabroker Ltda em nome de Edlamar e passaram a anunciar a venda de cartas de consórcio contempladas, além do financiamento da caminhonete.
Para dar credibilidade aos contratos, os autores lançaram os dados dos empresários, pois o casal tinha elevada pontuação de crédito com base no histórico financeiro.
Os contratos fraudulentos em Sorriso tinham assinatura do Gov.br. Porém, o próprio sistema não reconhece a validade das assinaturas eletrônicas do advogado e da esposa. O banco demitiu a funcionária responsável pela transação e a garagem perdeu o status de correspondente bancário.
O Campo Grande News não conseguiu contato com os citados nem com o delegado da Dedfaz, que está de férias.
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