Sem acordo, motoristas de ônibus decidem sobre greve na quinta
Em reunião nesta segunda (8), Consórcio Guaicurus alega falta de caixa
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano, Demétrio Ferreira, afirmou que o Consórcio Guaicurus manteve a posição de que não tem dinheiro para pagar salário, 13º e vale, após reunião realizada nesta segunda-feira (8) nas garagens das viações Campo Grande e Cidade Morena.
RESUMO
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O Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo de Campo Grande, anunciou que pode não conseguir pagar salários, 13º e vale aos motoristas devido a uma crise financeira. A empresa alega que a situação é causada pela inadimplência nos repasses do poder público, incluindo vale-transporte e subsídios. Em reunião realizada nesta segunda-feira, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano, Demétrio Ferreira, convocou uma assembleia para quinta-feira (11) às 4h30, quando os funcionários decidirão sobre uma possível paralisação dos serviços. Em outubro, situação similar já havia causado atrasos na operação dos ônibus.
Ele explicou que a empresa comunicou a falta de caixa e que a categoria irá definir uma possível paralisação na quinta-feira (11) em assembleia marcada para as 4h30. “Acabamos de sair da reunião com o Consórcio Guaicurus e as informações que a gente tem para passar não são nada boas. O consórcio manteve a posição de que não tem dinheiro para efetuar o pagamento”, disse o presidente ao anunciar a convocação dos trabalhadores para a assembleia.
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Demétrio informou que os motoristas irão decidir se interrompem o serviço ou se seguem trabalhando diante da incerteza sobre os salários. “Estamos soltando o edital para quinta-feira, com todos os trabalhadores, para eles deliberarem se a gente para ou se a gente continua esperando o pagamento trabalhando.”
O presidente afirmou que a discussão não envolve apenas o salário previsto para o dia 5, mas também o 13º e o vale do dia 20. “Nessa assembleia, a gente vai estar discutindo também não só o pagamento do dia 5, mas também o pagamento do 13º e do vale do dia 20.”
Ao final do vídeo, Demétrio reforçou a convocação e pediu participação dos funcionários. “Contamos com a presença de todo mundo e o apoio de vocês para a gente conseguir sair com mais uma vitória.”
Crise financeira - Por meio de um comunicado enviado à imprensa na tarde desta sexta (5), o Consórcio Guaicurus informou que pode ficar sem pagar o salário e o 13º dos motoristas do transporte coletivo de Campo Grande. Conforme a nota, a empresa enfrenta uma crise financeira causada pela inadimplência nos repasses devidos pelo poder público, que incluem o vale-transporte, subsídios e outros componentes tarifários.
“A entidade esclarece que a falta de regularização imediata destes pagamentos críticos está ameaçando a continuidade e a qualidade da prestação dos serviços de transporte na capital.” Com isso, a ausência dos repasses impede o cumprimento das obrigações financeiras essenciais para a manutenção do sistema de transporte público.
Em outro trecho, a concessionária esclarece que “sem o fluxo de caixa necessário para honrar essas obrigações imediatas, o Consórcio não terá condições de realizar os pagamentos vitais para a operação, cujo vencimento é iminente, como a folha salarial, o 13º salário dos colaboradores e custos operacionais básicos como combustíveis, manutenção da frota e encargos.”
No dia 22 de outubro, os terminais amanheceram fechados e vazios devido ao atraso no pagamento do adiantamento salarial. A ação foi coordenada para que todos os ônibus saíssem das garagens apenas às 6h. Usuários que dependem do transporte público foram pegos de surpresa, especialmente aqueles que se deslocam de madrugada.
A Prefeitura de Campo Grande foi questionada sobre esse comunicado do Consórcio Guaicurus, mas ainda não houve retorno. O espaço está aberto para esclarecimentos.
Vale lembrar que, em fevereiro deste ano, a Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos) divulgou que novos estudos demonstraram que não há necessidade da realização da revisão contratual ensejando o aumento da tarifa, conforme requerido pelo Consórcio Guaicurus, pois constatou-se que nos exercícios financeiros apurados de 2012 a 2019 a receita foi de R$ 1.277.051.828,21. O que foi considerado “bons resultados financeiros, conforme certificado pela Diretoria de Fiscalização e Auditoria Contábil”.
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