Não vamos nos reunir no McDonald's, diz Trad sobre missão para defender o Brasil
Agenda dos senadores começa na embaixada brasileira e segue no Congresso americano de 29 a 31 de julho

A agenda dos senadores que irão aos Estados Unidos para somar esforços na negociação das tarifas de 50% impostas aos produtos brasileiros começará na embaixada. Em entrevista à Globonews, na manhã desta quinta-feira (24), o senador Nelsinho Trad (PSD), que integra a comissão temporária, adiantou que na segunda-feira (29), todas as reuniões do primeiro dia acontecerão na embaixada do Brasil, em Washington (EUA).. “Foi justamente para demonstrar o apoio do Governo. Não vamos nos reunir no McDonald's”, disse o sul-mato-grossense sobre reforçar a posição de valorização brasileira..
RESUMO
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Senadores brasileiros iniciarão na próxima segunda-feira (29), na embaixada do Brasil em Washington, uma série de reuniões para negociar as tarifas de 50% impostas aos produtos brasileiros pelos Estados Unidos. O senador Nelsinho Trad (PSD), que integra a comissão temporária, confirmou encontros com cinco parlamentares no Congresso Americano. A missão diplomática, que inclui os senadores Tereza Cristina, Jaques Wagner e Fernando Farias, busca melhorar as relações entre os países. Trad destacou os impactos negativos do tarifaço na economia brasileira, citando frigoríficos que já suspenderam abates e embalagens destinados aos EUA.
Segundo ele, no dia seguinte a comitiva dos senadores brasileiros irá se reunir com cinco parlamentares no Congresso Americano. Nelsinho não revelou o nome dos interlocutores para não prejudicar a articulação que está sendo construída. “Porque a gente entende que poderá haver forças contrárias nesse sentido e a gente não pode deixar isso ser contaminado diante da intenção e do bom equilíbrio que todos nós temos”, justificou.
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O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) está morando nos Estados Unidos desde março deste ano e é investigado por atuação junto ao governo do presidente americano Donald Trump para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo Tribunal Federal e tentar barrar o andamento da ação penal sobre a trama golpista.
Sem citar o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, que atacou a iniciativa dos senadores dizendo que a missão estava fadada ao fracasso e que o grupo não representava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Nelsinho defendeu a missão. “Ninguém, em momento nenhum, deixou de transparecer alguma situação política que venha a machucar aqueles que já estão machucados; pelo contrário, sempre com muita responsabilidade e muito equilíbrio”, disse.
O sul-mato-grossense fez questão de enaltecer a senadora Teresa Cristina (PP), que fez parte do governo de Bolsonaro como ministra da Agricultura. “Não merece essa pressão gratuita. Ela já esteve lá em duas ocasiões, sabe a porta que deve bater e a que não precisa bater, e tem contribuído muito para resolver essa questão política. Repudio.” completou.
Nelsinho ressaltou o objetivo do grupo é levar equilíbrio para o debate. ‘Nós não queremos fazer um caráter de batalha num campo que já está extremamente sensível e minado. E vamos dizer assim, é praticamente impossível de você transpor dependendo daquilo que se coloca no ingrediente. Então há que se ter muita tranquilidade, muita calma”, apontou.
O sul-mato-grossense ainda falou sobre os impactos que o anúncio do tarifaço já causou na economia. “Eu estou aqui no meu Estado, estou vendo os problemas que isso está começando a causar. Há frigoríficos que já pararam de fazer abates e de embalar para os Estados Unidos em cidades que dependem única e exclusivamente desse frigorífico para gerar emprego”, afirmou.
Apesar de reconhecer o papel do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na política externa, ele acredita que a tarifa aponta uma falha.
“Nós estamos indo para poder melhorar um relacionamento entre o Brasil e os Estados Unidos que esfriou. A gente tem que fazer uma mea culpa aqui em relação a essa questão. A diplomacia nada mais é do que a arte de exercer o diálogo e fazer política, coisa que o presidente Lula sabe muito bem. Se não teria sido eleito três vezes, mas falhou nesse momento e a gente precisa abrir esse canal e retomar todas essas questões para o bem do nosso país”, concluiu.
O grupo é liderado por Trad, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, e tem entre os titulares os senadores Tereza Cristina, Jaques Wagner (PT-BA) e Fernando Farias (MDB-AL). Os suplentes são Marcos Pontes (PL-SP), Esperidião Amin (PP-SC), Rogério Carvalho (PT-SE) e Carlos Viana (Podemos-MG).
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