Para Puccinelli, exoneração de Britto da Funasa foi um desrespeito à bancada federal
O governador André Puccinelli (PMDB) garantiu nesta terça-feira (31) que o PMDB não vai reivindicar nada ao Governo Federal após a exoneração de Flavio Britto da superintendência da Fundação Nacional de Saúde. Porém, disse que não gostou da troca e considerou um desrespeito ao governador e a bancada federal.
Puccinelli alega que não foi o PMDB quem fez acordo, mas o PT que procurou a aliança desde quando Walfrido dos Mares Guia era o ministro das Relações Institucionais do Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Sobraram três cargos para o PMDB à época. Para o Orlando Baez na Superintendência federal de Agricultura, Sérgio Rios na Conab e a indicação de Brito na Funasa, que foi de Resende (Deputado federal Geraldo Resende) e do Nelson Trad, o pai. O resto ficou com o PT. O PMDB não tomou o lugar de ninguém”.
Puccinelli explica que o senador Waldemir Moka, senador Antônio Russo e os deputados federais do PMDB vão a Brasília para manifestar a insatisfação. “Não é desta maneira que atua. Não é nem politicamente. É respeito à bancada. Não pedi nenhum cargo. Só concordei com a bancada. Como sou governador, fiz a reunião. Vamos falar com a Dilma (Presidenta Dilma Rousseff) ou com a Gleisi (Ministra –Chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann). Se tem um acordo e não é respeitado, você fica amargurado. Vou me juntar e solidarizar com a bancada. O pior de tudo é que o Britto, Resende e Trad apoiaram Dilma”.
Reunião com Britto e Resende - Flávio Britto e Geraldo Resende se reuniram com o governador na manhã desta terça-feira. Após a reunião Resende disse que traçou estratégias para relatar o inconformismo com a substituição na Funasa. Resende também afirma que a negociação foi feita há anos.
O senador Delcídio Amaral nega que o PT tenha quebrado acordo e afirma que Britto fez campanha para José Serra na eleição passada. Resende diz que a alegação é mentirosa e classifica como conversa para boi dormir. “O Flávio me acompanha politicamente e em Mato Grosso do Sul seguimos a orientação do PMDB nacional, de apoiar a candidata Dilma. É uma tentativa infeliz de justificar o injustificável”.
Britto também nega que tenha feito campanha para Serra e diz que o deputado federal Antônio Carlos Biffi (PT) colocou um adesivo de Dilma no seu carro. Ele classifica a mudança como política. Britto alega que quando pegou a Funasa ela era considerada um patinho feito, com problemas em questões indígenas, mas hoje é invejável. O ex-superintendente diz que não pensa em voltar para a Funasa, pois não olha para trás. “Só caminho para frente”.