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Cidades

Classe média do Centro-Oeste é a mais afetada por bets, diz estudo

Média de gasto mensal com casas de apostas chega a R$ 564, informa a Abmes

Por Gustavo Bonotto | 09/07/2025 21:39
Classe média do Centro-Oeste é a mais afetada por bets, diz estudo
Jovem faz apostas em plataforma não legalizada. (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)

A classe média do Centro-Oeste é a mais afetada pelos gastos com apostas online, revela o estudo “O Impacto das Bets 2”, divulgado nesta quarta-feira (9) pela Abmes (Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior). A pesquisa, realizada entre março e abril de 2025, apontou que 38% dos apostadores da classe B e 37% da classe C na região estão comprometendo recursos que poderiam ser destinados ao pagamento de mensalidades de faculdades privadas.

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Estudo da Abmes revela impacto das apostas online na classe média do Centro-Oeste. Pesquisa aponta que jovens da região comprometem recursos destinados à educação superior com apostas, mesmo com gastos médios inferiores a outras regiões do país. A situação afeta principalmente as classes B e C, que enfrentam dificuldades para arcar com mensalidades de faculdades privadas.Além do impacto na educação, o vício em apostas online leva jovens a reduzirem gastos com lazer, saúde e desenvolvimento pessoal. Muitos admitem a necessidade de interromper as apostas para ingressar ou permanecer na faculdade. A Abmes alerta para a urgência de regulamentação do setor e campanhas de conscientização, visando minimizar os impactos negativos no acesso ao ensino superior. Estima-se que, em 2026, quase um milhão de jovens brasileiros possam ser afetados pelas apostas no financiamento dos estudos.

Embora a média de gastos com apostas na região seja de R$ 564, abaixo de outras regiões como o Sudeste, o impacto financeiro para esses jovens é significativo. A pesquisa mostrou que, além do comprometimento com as apostas, 28,5% dos apostadores do Centro-Oeste reduziram seus gastos com lazer, como frequentar restaurantes e bares.

Outros 23,6% diminuíram os investimentos em saúde e atividades físicas, como academias, enquanto 20,9% interromperam cursos de idiomas ou outras formas de aprimoramento pessoal.

Classe média do Centro-Oeste é a mais afetada por bets, diz estudo
Estudo mapeou o estilo de vida dos apostadores brasileiros. (Arte: Abmes)

Entre os dados em destaque do estudo, 34% dos jovens apostadores da região afirmam que precisarão interromper os gastos com apostas para conseguir ingressar na faculdade em 2026. Esse dado é um reflexo do comprometimento financeiro das famílias, principalmente entre as classes C e B, que enfrentam dificuldades em arcar com os custos da educação superior devido ao vício nas apostas online.

Além disso, 14% dos apostadores que já estão matriculados no ensino superior relataram que atrasaram suas mensalidades ou até trancaram seus cursos por causa do gasto com as apostas. Esses números indicam que, ao invés de priorizar a educação, muitos jovens estão comprometendo seu futuro acadêmico e profissional devido à prática das apostas online.

Em nota à imprensa a Abmes alerta que o fenômeno das apostas online está se aprofundando, especialmente entre os jovens das classes C e D. "A associação defende a necessidade urgente de regulamentação do setor e campanhas de conscientização para reduzir os efeitos negativos das apostas no acesso ao ensino superior", diz o texto.

A pesquisa ainda estimou que, em 2026, quase 1 milhão de jovens podem ser diretamente impactados pela interferência das apostas no financiamento de estudos no âmbito nacional.

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