Prefeito dá "calote" em CPI ao enviar computador sem agente autorizado
O prefeito Alcides Bernal (PP) está sendo acusado pelo relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Calote de ter enganado os vereadores ao enviar à Câmara de Campo Grande um computador para acesso às ordens bancárias e notas de empenho, sem possibilidade de coleta de dados em razão de não ter colocado um técnico à disposição. “O link que o prefeito cedeu para a Câmara, que fica no meu gabinete, é uma farsa”, denunciou o relator da CPI, Elizeu Dionízio (PSL).
Segundo ele, para poder ter informações financeiras da Prefeitura de Campo Grande, seria necessário que Bernal disponibilizasse o computador e um funcionário com senha para poder acessar os dados. “Temos o computador, o link, mas não podemos acessar os dados sem ter esse técnico com a senha”, explicou.
Esse link permitiria à CPI do Calote ter acesso a ordens bancárias e nota de empenho da Prefeitura. “Informações interessantes para cruzar dados frente a alguns documentos que nos temos”, justificou Dionízio. Mesmo esse trabalho seria limitado em razão da falta de documentos.
A documentação colocada à disposição da CPI do Calote ainda é bem aquém do requisitado ao prefeito Alcides Bernal. “Estamos aguardando a maioria dos contratos. Dos 57 que pedimos, só recebemos dois, o da Salute e o da Solubr”, informou o vereador.
De acordo com ele, não teria passado de um “jogo de cena” a atitude do procurador-geral do Município, Luiz Carlos Santini, de levar à Câmara um carro com a caçamba cheia de contratos e outros documentos da prefeitura. “Ele levou de volta os originais, porque não aceitamos, já que ficaríamos sob pena de responsabilização da Câmara se sumisse algum documento. Por isso, nós solicitamos cópias”, revelou.
