Senador diz que não é mais possível Funai continuar com demarcações de reservas
Na avaliação do senador Waldemir Moka (PMDB) não é mais possível que a Funai (a Fundação Nacional do Índio) continue realizando estudos para demarcações de reservas, cujas áreas previstas já somam 200 mil hectares.
Segundo ele, não há grileiros em Mato Grosso do Sul e os proprietários detêm os títulos de terras desde o loteamento da região, feito ainda pelo presidente Getúlio Vargas. A opinião foi exposta pelo parlamentar na ontem, quando fez uso da tribuna para destacar a visita da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), a Campo Grande na última segunda-feira.
Ele propôs que as terras a serem demarcadas como áreas indígenas, em vez de serem expropriadas, sejam desapropriadas, com o devido pagamento de benfeitorias e da terra nua. Moka pediu ainda que qualquer nova medida somente seja tomada após o STF (Supremo Tribunal Federal) decidir sobre as diversas ações em tramitação sobre o assunto.
Muito barulho por nada – Pouco mais de 1.000 produtores rurais oriundos de todas as partes do Estado, alguns vindos até do Paraná, aproveitaram a vinda de Dilma à Capital para protestarem contra demarcação de terras indígenas.
A manifestação, porém, perdeu força quando o assessor de um ministro iniciou negociata para que os ruralistas pudessem entrar no evento diante da condição de que eles não fizessem barulho ou adentrassem a cerimônia com faixas, camisetas ou qualquer artigo que remetesse o manifesto.
Outra promessa feita pelo assessor foi a de entregar documento com as reivindicações da categoria à Dilma, além de marcar reunião com representantes do Governo Federal na primeira quinzena de maio para tratar do impasse.
Pouco mais da metade dos produtores aceitaram a tratativa e adentraram o evento. O restante permaneceu protestando munidos de faixas, apitos, camisetas e até um caixão para simbolizar a morte do trabalho ruralista devido às demarcações das terras.
Reduzido, o grupo tentou chamar atenção da presidente quando ela chagou a solenidade, mas não obtiveram sucesso. No retorno da petista ao helicóptero os manifestantes conseguiram retirar apenas um “tchauzinho” da presidente.