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Política

Último debate tem críticas a “fujão” e a prefeito que disputa reeleição

Com mais uma ausência de Marçal Filho, Alan Guedes virou centro das atenções de Bela Barros e Tiago Botelho

Por Helio de Freitas, de Dourados | 03/10/2024 23:27
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade
Os quatro candidatos que foram ao debate com o mediador Martim Andrada (Foto: Divulgação)
Os quatro candidatos que foram ao debate com o mediador Martim Andrada (Foto: Divulgação)

O último debate entre os candidatos a prefeito de Dourados, realizado na noite desta quinta-feira (3) no estúdio local da TV Morena, foi marcado por críticas à ausência do radialista Marçal Filho (PDB) e ataques à administração do prefeito Alan Guedes (PP), candidato à reeleição.

Assim como ocorreu nos outros três debates anteriores, o candidato tucano havia confirmado presença no evento, mas não compareceu. O púlpito reservado a Marçal Filho ficou vazio e os adversários puderam fazer perguntas a ele, mesmo estando ausente.

Além de Alan Guedes, participaram Tiago Botelho (PT), Bela Barros (PDT) e Beto Teles (Psol-Rede). A emissora seguiu a legislação eleitoral e convidou apenas candidatos de partidos que possuam representação mínima de cinco parlamentares no Congresso Nacional. Por isso, Racib Harb (Novo) e Valderi Garcia (PCO) não participaram do debate, mediado pelo jornalista Martim Andrada.

Com quatro blocos e dois minutos para considerações finais de cada candidato, o debate teve perguntas com temas livres feitas entre os oponentes e sobre temas pré-definidos pelo jornalismo da emissora.

Mais uma vez, o debate marcou confronto direto de Tiago Botelho e Bela Barros com Alan Guedes, alvo da maioria das perguntas dos adversários. O atual prefeito disse compreender as críticas, “porque querem o cargo que ocupo atualmente”.

Perguntado por Bela Barros sobre ausência de ensino em tempo integral na cidade, Alan Guedes lembrou que assumiu a prefeitura em plena pandemia de covid-19 com as aulas remotas. Segundo ele, naquele momento não havia estrutura para trabalhar com ensino integral, mas a gestão não deixou de investir em atividades no contraturno. Anunciou pelo menos mais 1.000 vagas em Ceims (centros de educação infantil municipal) em tempo integral no ano que vem.

Bela citou outras cidades do país que implantaram escola integral, mesmo na pandemia. Alan Guedes respondeu que certamente essas cidades não tiveram administração desastrosa como a que ele herdou. Sua antecessora foi Délia Razuk, atualmente filiada ao PSDB e no palanque de Marçal Filho.

Aproveitando a regra do debate, Beto Teles perguntou a Marçal Filho sobre o caso envolvendo a concessão da emissora de rádio dele e sobre a ação judicial movida pela filha do candidato do PSDB cobrando explicações sobre sua herança.

Em 2014, Marçal foi condenado por falsidade ideológica pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por supostamente ter registrado a rádio em nome de outra pessoa. Entretanto, a pena já estava prescrita.

Tiago Botelho também falou da ausência de Marçal no debate. “Não tem coragem, não tem projeto. Imagina negociando com servidor público! Vai se trancar na sala?”.

Beto Teles voltou a cobrar redução da máquina pública e dos cargos comissionados. Prometeu reduzir a valor irrisório a taxa de lixo, cobrança implantada no ano passado em todo o país com base no Marco Legal do Saneamento Básico.

Tiago Botelho respondeu que falar em reduzir a máquina pública é tirar direito dos servidores e prometeu, assim como Beto Teles, ampliar o número de funcionários concursados.

Alan Guedes também perguntou a Marçal (ausente) sobre suposto pedido de propina na gestão do ex-prefeito Ari Artuzi (morto em 2013).

A denúncia surgiu na Operação Uragano, desencadeada após colaboração do então secretário de Governo Eleandro Passaia, que fez acordo com a Polícia Federal e atuou como “infiltrado”. Passaia acusou Marçal de pedir R$ 2 milhões na época. “O que você faria com tanto dinheiro?”, questionou Alan Guedes.

Beto Teles também aproveitou para ironizar a declaração de bens entregue por Marçal Filho à Justiça Eleitoral, em que aparece um terreno avaliado em R$ 1 mil. “Onde existe terreno de R$ 1 mil em Dourados? Eu quero comprar uns 10”.

Alan Guedes citou que não responde a ação criminal e não é indiciado em nenhum processo. “Foram seis anos como ordenador de despesa [como presidente da Câmara e como prefeito] com as contas aprovadas. Nunca ninguém ouviu falar de polícia na porta da prefeitura durante nosso mandato”.

Tiago Botelho voltou a cobrar Alan Guedes, que era presidente da Câmara até 2020, e teria aprovado as contas de Délia Razuk, mesmo ela deixando a cidade “abandonada”, como disse o prefeito.

Alan respondeu que as contas de sua antecessora foram aprovadas quando ele já era prefeito e não estava mais na Câmara.

Bela Barros cobrou Alan Guedes sobre o atendimento para crianças com necessidades especiais nas escolas e disse que os pais estão abandonados.

O prefeito falou da ausência de neuropediatra e terapeuta ocupacional na cidade e que na rede privada há espera de até 50 dias. Disse que sua gestão fez concurso para educação especial e que trabalha no projeto de telemedicina, para usar a tecnologia para ampliar o atendimento. Pediu desculpas aos profissionais do setor pela fala da adversária.

Alan Guedes citou o deputado federal Geraldo Resende (PSDB) e disse que o parlamentar trabalhou com ele e a ministra Cida Gonçalves (das Mulheres) para viabilizar a área para construção da Casa da Mulher Brasileira em Dourados. “Temos posições políticas antagônicas, mas nos unimos para trabalhar pela população”.

Tiago Botelho cobrou o prefeito sobre segurança publica. Alan Guedes disse que apesar de ser doutor em direito, o adversário esquece que segurança não é atribuição do prefeito e sim do estado. “Mesmo assim, nunca nenhum prefeito fez tanto pela Guarda Municipal. A de Dourados é a primeira do país a usar armas de choque, recebeu muitos outros investimentos”, afirmou.

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