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Política

Vereadores criticam Bernal e dizem que são "60 dias abandonados"

Antonio Marques | 27/10/2015 13:30
Há dois meses durante a posse do retorno era só alegria no Paço Municipal. Mas os problemas encontrados está tirando a paz na relação entre Executivo e Legislativo. (Foto: Arquivo)
Há dois meses durante a posse do retorno era só alegria no Paço Municipal. Mas os problemas encontrados está tirando a paz na relação entre Executivo e Legislativo. (Foto: Arquivo)

Ao completar os primeiros 60 dias da volta ao Paço Municipal, Alcides Bernal (PP) foi bastante criticado pelos vereadores na sessão de hoje, que consideram que a administração não evoluiu neste período. O parlamentar Chiquinho Teles (PSD) chegou a dizer na Tribuna que foram “60 dias abandonados”, em razão dos problemas enfrentados pela população, como vias com buracos, lixo nas ruas e falta de iluminação pública em diversas partes da cidade.

A vereadora Carla Stephanini (PMDB), que foi oposição ao Bernal na primeira parte do mandato e declarou-se independente na gestão do prefeito afastado Gilmar Olarte, disse que esperava um retorno mais amistoso em relação a Câmara. “Não foram 60 dias apaixonados e pacificados como Campo Grande precisa”, declarou, acrescentando que esperava uma relação de entendimento e harmonia. “Desse jeito vamos terminar os quatro anos estagnados”, afirmou, considerando que é necessária uma nova postura institucional do Executivo com o Legislativo.

Eduardo Romero (Rede) comentou que a população não se preocupa com fato da relação entre os dois poderes, mas se os serviços públicos estão sendo eficazes. “O povo quer saber se a política pública está sendo eficiente. Se o lixo está sendo coletado, se o buraco está sendo tapado, se tem merenda nas escolas”, lembrou.

Romero lembrou que hoje, no final da tarde acontecerá uma agenda positiva do Executivo com o Legislativo, quando sera assinada a liberação de emendas parlamentares, por meio de recursos do Fundo Municipal de Incentivo Social. São quase R$ 3,5 milhões para beneficiar instituições sociais e da saúde, sendo R$ 120 mil por vereador, sendo que a metade deve ser direcionados para área da saúde.

Paulo Siufi (PMDB) chegou a dizer que não vai estar presente no evento, que acontecerá a partir das 18 horas, na própria Câmara, em razão do clima ruim que se estabeleceu na Casa por conta do prefeito. “Não vou estar presente, porque não tenho nada a comemorar”, garantiu ele, que revelou que Bernal não tem base nenhuma em função do descaso com que ele trata os vereadores.

Marcos Alex (PT) também falou, seguindo a linha de Siufi, revelando que Bernal menosprezou o Partido dos Trabalhadores, que sempre esteve ao seu lado desde o segundo turno das eleições passadas. Questionado se ele estaria dificultando a aliança com o prefeito, Alex foi incisivo em dizer que foi ao contrário. “Desde o início disse ao Bernal que o PT queria um projeto a longo prazo, para compor o palanque e ser seu vice, mas ele menosprezou nosso partido”, lembrou ele.

Sobre a avaliação dos dois primeiros meses, Alex do PT declarou que a gestão foi “infinitamente superior a de Olarte”, pois não teve distribuição de favores e a prática fisiológica na distribuição dos cargos públicos, mas “infinitamente inferior as minhas expectativas”, concluiu.

Chiquinho Teles, que ocupou a Tribuna para falar sobre a nova gestão de Bernal, destacou que neste período não foi resolvido o problema do pagamento dos professores e dos médicos, além dos buracos nas ruas e o lixo sem coleta, que ainda não estaria resolvido. “São 60 dias abandonados. Não sei se não houve tempo suficiente, mas é preciso mudar essa situação”, ressaltou.

O parlamentar ainda criticou o fato de Bernal colocar pessoas despreparadas para gerir pastas importantes, como o titular da Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), Amilton Cândido de Oliveira. Em uma audiência pública realizada na semana passada na Câmara para tratar das obras paralisadas, o secretário teria dito que não conhecia todas as obras do município, o que irritou os participantes do evento.

O governista Derly dos Reis de Oliveira, Cazuza (PP), ainda tentou fazer a defesa do prefeito, lembrando das condições financeiras que Bernal reassumiu o cargo e que estava tentando recuperar o caixa da prefeitura para que Campo Grande saia do caos que estava. O vereador disse que, ainda não era oficial, mas o prefeito deve anular o decreto da moratória e começar a pagar os fornecedores.

60 dias – Ao Campo Grande News, o prefeito disse que encontrou muitos problemas nesse retorno, especialmente financeiros, com dívidas, caixa zerado e colapso na saúde. Na educação, além da questão dos professores, havia a merenda vencida e falta de alimentos para as escolas e Ceinf's (Centro de Educação Infantil). Na infraestrutura, Bernal lembrou das obras paradas e contratos com problemas.

No entanto, “também encontramos muita gente disposta a trabalhar e limpar a nossa cidade dessa lama toda que espalharam por ela. E posso assegurar que estamos conseguindo, com trabalho, união de esforços, estamos retomando o desenvolvimento”, declarou.

Para Bernal, as dificuldades estão colocadas por aqueles que atuaram por interesses próprios, “mas não temos medo do trabalho e não temos compromisso com coisa errada. Estamos vencendo, Campo Grande voltará a ser a capital dos nossos sonhos”, afirmou.

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