Anvisa aprova novo tratamento para câncer de ovário resistente à quimioterapia
Até agora, não havia no Brasil um medicamento capaz de aumentar a sobrevida global dessas pacientes
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso do Elahere (mirvetuximabe soravtansina) para pacientes com câncer de ovário resistentes à quimioterapia à base de platina. O medicamento, que será comercializado pela AbbVie, é o primeiro conjugado anticorpo-fármaco direcionado ao receptor alfa de folato aprovado no país. A informação foi divulgada em reportagem da Folha de S. Paulo.
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A Anvisa aprovou o uso do Elahere (mirvetuximabe soravtansina) para tratamento de câncer de ovário resistente à quimioterapia à base de platina. O medicamento, primeiro conjugado anticorpo-fármaco direcionado ao receptor alfa de folato aprovado no Brasil, será comercializado pela AbbVie. Estudos clínicos demonstraram que o Elahere reduziu em 35% o risco de progressão da doença, com sobrevida média de 16 meses, comparado a 12 meses do tratamento convencional. O medicamento é indicado para pacientes adultos com câncer epitelial de ovário que já tenham recebido até três linhas de tratamento anteriores.
O tratamento inicial do câncer de ovário costuma ser feito com carboplatina e paclitaxel, seguido de fase de manutenção com fármacos orais. No entanto, parte das pacientes desenvolve resistência à platina, condição em que a doença deixa de responder a esse padrão de tratamento. Até agora, não havia no Brasil um medicamento capaz de aumentar a sobrevida global dessas mulheres.
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Elahere é indicado para pacientes adultos com câncer epitelial de ovário, de trompa de Falópio ou peritoneal primário, FRα-positivo e resistente à platina, que já tenham recebido até três linhas de tratamento. Essa resistência ocorre geralmente em até seis meses após o término da quimioterapia.
A aprovação foi baseada em um estudo clínico global de fase 3, randomizado e controlado, publicado no New England Journal of Medicine. Os resultados, apresentados na Reunião Anual da Asco (Sociedade Americana de Oncologia Clínica) em 2023, apontaram redução de 35% no risco de progressão da doença em comparação com a quimioterapia convencional. Os pacientes tratados com Elahere viveram em média 16 meses, contra 12 meses do grupo de controle. A taxa de resposta tumoral foi de 42%, ante 15% no tratamento padrão.
Entre os efeitos adversos mais comuns estão visão turva, náusea, diarreia, fadiga, dor abdominal, ceratopatia, olho seco, constipação, vômitos, perda de apetite, neuropatia periférica e dor de cabeça. A reação grave mais frequente foi a pneumonite.
O câncer de ovário é um dos mais letais entre os tumores ginecológicos. Estimativas do Inca (Instituto Nacional de Câncer) apontam a ocorrência de 7.310 novos casos por ano no Brasil entre 2023 e 2025.
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