Nova diretriz reduz metas de colesterol e cria categoria de risco extremo
SBC redefine níveis de LDL, não-HDL e recomenda exame a adultos
SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) anunciou nesta terça-feira (23), em São Paulo, novas metas para os níveis de colesterol, criou uma categoria de risco extremo e recomendou um exame obrigatório para todos os adultos.
RESUMO
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Novas diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia reduzem metas de colesterol LDL e criam categoria de risco extremo, visando diminuir mortes por infartos e AVCs. As novas metas para o colesterol "ruim" são mais rigorosas, variando de 115 mg/dL para baixo risco a 40 mg/dL para risco extremo. A diretriz também estabelece metas para o colesterol não-HDL e recomenda terapia combinada de medicamentos para pacientes de alto e muito alto risco. Além disso, a SBC recomenda que todos os adultos realizem o exame de lipoproteína (a), Lp(a), para avaliar o risco cardiovascular, mesmo que o teste não esteja disponível no SUS. O escore Prevent, que considera fatores como função renal e IMC, será usado para calcular o risco de eventos cardiovasculares em dez anos. As novas diretrizes refletem avanços científicos e reforçam a importância da prevenção.
O objetivo é reduzir mortes por infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral) e orientar médicos na prevenção cardiovascular. A diretriz substitui a versão de 2017 e segue recomendações internacionais para prevenir aterosclerose.
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As metas do colesterol LDL (lipoproteína de baixa densidade), conhecido como “colesterol ruim”, foram reduzidas para todas as categorias de risco. Pessoas de baixo risco devem manter níveis abaixo de 115 mg/dL (antes era 130 mg/dL); as de risco intermediário, abaixo de 100 mg/dL; as de alto risco, abaixo de 70 mg/dL; as de risco muito alto, abaixo de 50 mg/dL; e as de risco extremo, abaixo de 40 mg/dL (antes era 50 mg/dL).
O nível de colesterol não-HDL (lipoproteína de alta densidade) também passou a ter metas específicas, calculadas em 30 mg/dL acima da meta de LDL de cada pessoa.
A diretriz recomenda terapia combinada como tratamento inicial para pacientes de alto e muito alto risco. A associação inclui estatinas, ezetimiba, terapias anti-PCSK9 e ácido bempedoico. Estudos mostram que essa combinação reduz mais eficazmente o colesterol e o risco cardiovascular do que medicamentos isolados.
O documento orienta que todos os adultos façam, pelo menos uma vez na vida, a dosagem de Lp(a) (lipoproteína(a)), marcador de risco elevado. Valores acima de 125 nmol/L ou 50 mg/dL indicam maior probabilidade de infarto e AVC.
O exame não está disponível no SUS e custa em média R$ 100 em laboratórios privados.
O escore Prevent foi adotado para calcular o risco de eventos cardiovasculares em dez anos. Ele considera função renal, IMC (Índice de Massa Corporal) e histórico médico. Segundo José Francisco Kerr Saraiva, autor principal da diretriz, as mudanças refletem avanços científicos da última década e reforçam a necessidade de políticas públicas de prevenção.
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