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Saúde e Bem-Estar

Para aliviar "colapso", Santa Casa cobra R$ 46 milhões devidos desde a pandemia

Hospital alega falta de dinheiro para voltar a fazer cirurgias eletivas e atendimentos que precisam de sedação

Por Viviane Oliveira e Mylena Fraiha | 10/10/2025 11:48
Para aliviar "colapso", Santa Casa cobra R$ 46 milhões devidos desde a pandemia
Diretora-presidente Alir Terra durante coletiva de imprensa na Santa Casa, na manhã desta sexta-feira (10) (Foto: Marcos Maluf)

A Santa Casa de Campo Grande enfrenta mais uma crise financeira, com atrasos na folha de pagamento dos médicos e paralisação dos atendimentos ambulatoriais e de cirurgias eletivas. A diretora-presidente da instituição, Alir Terra, afirmou que apenas uma das ações judiciais em andamento envolve mais de R$ 46 milhões que a prefeitura deixou de repassar durante a pandemia.

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A Santa Casa de Campo Grande enfrenta crise financeira com atrasos na folha de pagamento dos médicos, resultando na paralisação de atendimentos ambulatoriais e cirurgias eletivas. A instituição alega que a prefeitura deve mais de R$ 46 milhões referentes ao período da pandemia. O hospital mantém os serviços de urgência e emergência, mas opera com capacidade reduzida. Das 19 salas cirúrgicas, apenas 10 estão em funcionamento, após a paralisação de 50% dos anestesistas. A direção busca apoio do município e do governo estadual para solucionar a crise.

“Se esses valores fossem devolvidos para a Santa Casa, conseguiríamos pagar a folha dos médicos atrasada, quitar grande parte dos fornecedores e retomar o funcionamento normal do hospital”, declarou Alir, que defende o reequilíbrio econômico do contrato entre o município e a instituição.

Hoje, cerca de 55% das demandas de média e alta complexidade de Campo Grande são atendidas pela Santa Casa, o maior hospital filantrópico do Estado. A direção do hospital solicitou audiência com representantes da prefeitura e do governo do Estado para discutir alternativas de solução. A vice-prefeita Camilla Nascimento recebeu a equipe e se comprometeu a buscar apoio do Estado, mas afirmou que o município não tem condições de arcar sozinho com o valor devido.

“O município de Campo Grande disse que vai procurar fazer uma reunião com o governo do Estado para ver como resolver a atribuição da saúde da Capital, diante das dificuldades que enfrenta  “Não é prudente que a Santa Casa leve a questão diretamente ao Estado. O governo pode participar, dentro da sua responsabilidade de contribuir com recursos, mas a iniciativa deve partir do município”,  explicou Alir.

Para aliviar "colapso", Santa Casa cobra R$ 46 milhões devidos desde a pandemia
Conforme Patrícia Berg, os médicos começaram a notificar a direção há cerca de 30 dias sobre a paralisação dos atendimentos ambulatoriais (Foto: Marcos Maluf)

Atendimentos afetados - Segundo a gerente de Inteligência e Regulação Hospitalar da Santa Casa, Patrícia Berg, os médicos começaram a notificar a direção há cerca de 30 dias sobre a paralisação dos atendimentos ambulatoriais.

Os serviços de urgência e emergência permanecem ativos, incluindo os atendimentos a vítimas de AVC (Acidente Vascular Cerebral), politraumas, cirurgias e casos ortopédicos graves. “Estamos fazendo todo o possível para garantir o atendimento de urgência e emergência”, afirmou Patrícia.

As cirurgias eletivas, aquelas agendadas e que não envolvem risco imediato à vida, estão praticamente suspensas. Apenas algumas especialidades, como a oftalmologia, mantêm parte dos atendimentos. A situação se agravou na última semana, com a paralisação de 50% dos anestesistas da instituição. “Temos 19 salas cirúrgicas, mas hoje apenas 10 estão funcionando”, informou Patrícia.

A redução também impacta exames que dependem de sedação, como tomografias e cateterismos. Questionada se a situação compromete o atendimento de urgência, ela admitiu que sim. “Muito provavelmente. Estamos priorizando os casos emergenciais e reorganizando o fluxo de pacientes para que ninguém fique sem atendimento.”

A diretoria técnica da Santa Casa reforçou a orientação para que os médicos priorizem casos emergenciais e garantam a continuidade dos serviços essenciais. Apesar das restrições, o hospital afirma que nenhum paciente grave deixou de ser atendido até o momento.

Para aliviar "colapso", Santa Casa cobra R$ 46 milhões devidos desde a pandemia
Diretoria da Santa Casa durante coletiva (Foto: Marcos Maluf)

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