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Cidades

Alvo da PF, general de MS presta depoimento sobre suposto golpe

Oficial, ex-presidente da República e outros investigados prestarão depoimento em sedes da Polícia Federal

Por Dayene Paz | 22/02/2024 07:19
Laércio Virgílio conversou com a reportagem na manhã desta sexta-feira. (Foto: Paulo Francis)
Laércio Virgílio conversou com a reportagem na manhã desta sexta-feira. (Foto: Paulo Francis)

Alvo da operação "Tempus Veritatis", da Polícia Federal, o coronel reformado Laércio Virgílio, 69 anos, com posto de general-de-brigada, deve depor nesta quinta-feira (22), na sede do órgão, em Campo Grande. O ex-presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, e outros investigados também devem prestar depoimento hoje. A ação é contra grupo acusado de disseminar mentiras, afirmando a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022.

Segundo a Polícia Federal, se trata de uma "tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder". As apurações apontam que o grupo se dividiu em núcleos para disseminar as mentiras, antes mesmo da realização do pleito, para viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

Virgílio integrava o núcleo de oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos. Junto com ele estavam o ex-ministro Chefe da Casa Civil, Walter Souza Braga Netto, Almir Garnier Santos, Mario Fernandes, Estevam Theofilo Gaspar de Oliveira e Paulo Nogueira de Oliveira.

O grupo teria se utilizado do cargo que ocupa nas Forças Armadas para influenciar e incitar o apoio aos demais núcleos para a consumação do golpe de Estado. Além de Vírgilio, outros oficiais que têm ligação com Mato Grosso do Sul são citados na investigação da Polícia Federal, sendo: o tenente-coronel do Exército, Sérgio Ricardo Cavaliére de Medeiros, e o coronel do Exército Brasileiro, Bernardo Romão Corrêa Neto.

Em entrevista ao Campo Grande News, o general afirmou que não tem nada a temer, porque não participou de qualquer tentativa de golpe. Ele conta que "serviu o quartel" por sete anos com Bolsonaro e que o ex-presidente também é inocente. "Ele jamais pensou em dar o golpe, nem ele e nenhuma das pessoas envolvidas que eu conheço, muito menos ferir a Constituição, que é nossa lei maior. Nunca se pensou em virar a mesa e nunca passou na cabeça do Bolsonaro aplicar força", disse o oficial.

No dia da operação, a polícia apreendeu o celular de Vírgilio.

Núcleos - O primeiro eixo do grupo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação de mentiras sobre vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.

O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.

Tempus Veritatis - O nome da operação vem do latim: "a hora da verdade". Justamente faz referência às mentiras disseminadas pelos investigados sobre fraude no sistema eleitoral. Foi deflagrada pela Polícia Federal no dia 2 de fevereiro, quando cumpriram prisões, mandados de busca e apreensão, e medidas cautelares.

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