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Cidades

Com "boom" nas primeiras semanas de 2020, epidemia de dengue é iminente

Último boletim epidemiológico da dengue registrou 2.829 casos confirmados nos 43 primeiros dias do ano

Aline dos Santos e Fernanda Palheta | 14/02/2020 12:53
Pneus acumulam água parada e viram criatório para o Aedes Aegypti, transmissor da dengue. (Foto: Silas Lima)
Pneus acumulam água parada e viram criatório para o Aedes Aegypti, transmissor da dengue. (Foto: Silas Lima)

O boom de casos de dengue, medido semana a semana em boletins epidemiológicos, torna a epidemia em Mato Grosso do Sul uma questão de tempo. De acordo com a responsável da área técnica de doenças endêmicas da SES (Secretaria Estadual de Saúde), Lívia de Melo Almeida, o risco de epidemia é iminente.

De acordo com ela, o número de registro de dengue foi alto em 2019, mas os casos foram espaçados. Agora, a situação é mais preocupante. Nas cinco primeiras semanas de 2020, todos os números são maiores do que no mesmo período nos últimos três anos.

Apesar de MS ter 48 cidades com alta incidência de dengue (mais de 300 casos por 100 mil habitantes), o cenário não é classificado como epidemia porque não há casos confirmados em todo o Estado.

“A questão que causa tudo isso é que a população ainda não faz a sua parte, deixando o vetor se proliferar”, afirma Lívia. A SES identificou a circulação da dengue tipo 2, que faz vítimas desde o ano passado.

O último boletim epidemiológico da dengue registrou 2.829 casos confirmados nos 43 primeiros dias do ano, média de 65,7 a cada dia. Neste mesmo período, 11 pessoas morreram em Mato Grosso do Sul.

Líder - O município de Pedro Gomes, na região Norte, lidera no quesito de alta incidência da doença. Neste caso, o cálculo é do número de notificações a cada 100 mil habitantes. A cidade tem 252 notificações para população de 7.908 pessoas.

De acordo com a secretária municipal de Saúde, Sandra Tereza Bedin Garcia, Pedro Gomes ocupava a quarta colocação até o boletim divulgado na última quarta-feira (dia 12).

“A situação é alarmante. Quando o município apareceu em quarto, foi feito um arrastão nas ruas, com mapeamento da cidade, fiscalização nas casas, fumacê e a prefeitura distribuiu sacos de lixo. As pessoas passaram a notificar mais”, afirma. A cidade não decretou epidemia.

Com registro de dois óbitos, Corumbá é a segunda cidade com mais mortes, atrás de Campo Grande, que teve três vítimas fatais. A cidade, localizada na região do Pantanal, ocupa o décimo lugar no ranking estadual de incidência da dengue.

“Não é Corumbá que está com um problema de dengue, isso é um problema nacional. Você tem uma alta incidência em 48 dos 79 municípios. Temos feitos todas ações preconizadas pelo Ministério da Saúde para tentar conter esse aumento”, afirma o secretário municipal de Saúde, Rogério dos Santos Leite.

Secretários municipais de Saúde participaram de reunião hoje em Campo Grande. (Foto: Fernanda Palheta)
Secretários municipais de Saúde participaram de reunião hoje em Campo Grande. (Foto: Fernanda Palheta)

Segundo ele, no caso dos pacientes que morreram, ambos chegaram a ser atendidos pela rede municipal de Saúde. “Mas em algum momento não quiseram ficar internadas”, diz.

Também na lista dos 48 municípios com alta incidência de dengue, Três Lagoas tem 264 casos confirmados. São 640 notificações para uma população de 109 mil habitantes. “Em relação ao ano passado, nós temos praticamente menos que a metade. É necessário que a população continue colaborando”, afirma a secretária municipal de Saúde, Maria Angelina da Silva.

Segundo ela, os imóveis fechados causam grande preocupação e a prefeitura começou as ações de prevenção contra a doença em outubro, quase dois meses antes do Verão.

Panorama – De acordo com o boletim epidemiológico, Mato Grosso do Sul teve 12.182 notificações de dengue, e, considerando a população de 2,5 milhões de habitantes, aparece com alta incidência: 470 casos por 100 mil habitantes. Apenas Taquarussu não teve caso notificado em 2020. A situação da dengue foi discutida nesta sexta-feira durante reunião na Escola de Saúde Pública, em Campo Grande.

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