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Cidades

Com metade de imunizados que MS, secretário quer doar doses a Paraguai e Bolívia

Países que fazem fronteira com Mato Grosso do Sul estão com aproximadamente 35% de imunizados; Estado tem 71%

Guilherme Correia | 06/12/2021 11:37
Vacinação contra a covid-19 em Mato Grosso do Sul atingiu, com duas doses, cerca de 71% da população. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Vacinação contra a covid-19 em Mato Grosso do Sul atingiu, com duas doses, cerca de 71% da população. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

O secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, sugeriu em coletiva nesta manhã (6), que o Brasil considere a possibilidade de doar vacinas contra a covid-19 para países vizinhos, como forma de um “gesto humanitário”, mas que também garanta mais proteção aos brasileiros, sobretudo, os que moram na faixa de fronteira.

Os imunizantes garantem determinada proteção contra o coronavírus, mas quando aplicadas de forma conjunta, ampliam a imunidade coletiva e reduzem as chances de novas variantes. A Ômicron, por exemplo, surgiu na África do Sul, em meio a uma escassez de doses no continente africano, que tem menor poder aquisitivo que outros territórios.

No contexto local, ao menos 13 municípios do Estado fazem fronteira com o Paraguai ou Bolívia. Segundo a plataforma Our World In Data, elaborada pela Universidade de Oxford, cerca de 37,4% dos paraguaios receberam duas doses de vacina. Entre bolivianos, o índice é um pouco menor, de 35,4%. Por outro lado, cerca de 71% dos sul-mato-grossenses têm o ciclo vacinal completo, quase o dobro dos países fronteiriços.

“Temos vacinas em quantidade bastante razoável. Já hoje, há sobra no Ministério da Saúde, há sobras nos estados, há sobras nos municípios. E aí, um gesto humanitário, nesse momento, era importante. Nós ajudarmos a imunizar os habitantes, irmãos, do Paraguai, da Bolívia, aqui para nós”.

Cerca de 100% da população adulta de Ponta Porã tomou ao menos uma vacina, enquanto aproximadamente 90% recebeu a segunda, de acordo com Resende. “Não adianta se, em Pedro Juan Caballero [no Paraguai], que é a cidade ao lado, que não tem divisa física, as ruas são muito próximas umas das outras, se lá nós temos 35%, 40% ou 50% da população [imunizada]”.

Segundo ele, a presença de tais habitantes, que não foram contemplados pelos antígenos, pode proporcionar a infecção de outros indivíduos. “Então, uma ajuda humanitária do Brasil, para os países da América Latina, e aqui falamos a respeito do Mato Grosso do Sul. Será de suma importância, para que tenhamos um controle maior da doença”.

CUIDADOS - Resende destacou que as festas de fim de ano podem gerar perigo para a população, sobretudo a que não está vacinada. Por isso, ele preconizou os cuidados básicos para a prevenção do coronavírus. “É importante dizer que não vencemos a covid, é preciso ter todos os cuidados com a doença, colocar que as medidas não farmacológicas são de fundamental importância, e também dizer, mais uma vez, a todos vocês, que estamos baseados na ciência e única resposta que temos, contra o vírus, até agora, é a vacina”.

“Se não vacinarmos, vamos ter aqui o que ocorreu com a Europa [...] onde há uma chamada quarta onda. A onda originária dos não vacinados. Ou seja, os não vacinados estão contaminando os que não se vacinaram”.

ÔMICRON - Sobre a variante, o secretário estadual ressaltou que as desigualdades socioeconômicas potencializaram a mutação virótica, já que países mais pobres têm menos vacinas que as nações mais ricas. "Logicamente, dá um espaço muito grande para que o vírus sofra mutações".

Nas palavras dele, apesar da demora para a aquisição de imunizantes, o Brasil já está em um contexto mais favorável de disponibilidade de vacinas. “Países que têm vacinas, compram vacinas para suas populações, e países pobres que têm recursos muito pequenos, não comprar vacinas ou não têm acesso a vacinas e não imunizam sua população”.

Ainda assim, ele frisou que os estudos iniciais sugerem que a Ômicron não apresenta tantos perigos quanto outras cepas. Especialmente, em pessoas imunizadas, diz, ela tem feito casos mais leves. “Mas é importante a gente seguir, vamos verificar os estudos que estão sendo feitos [...] ela pode ser mais contagiosa, mas não ter uma letalidade, nem uma agressividade muito grande”.

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