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Cidades

Corumbá orienta moradores de beira rio a conviver com a presença de onças

Avistamento do felino na cidade tem se intensificado nos últimos anos: seca e queimada

Por Silvio de Andrade | 14/05/2025 13:35
Corumbá orienta moradores de beira rio a conviver com a presença de onças
Onça-pintada cruza durante o dia o posto da PRF, na BR-262, a 2 km do Bairro Dom Bosco. Fotos: Divulgação

Vizinha de uma região densamente povoada de onças do Pantanal, Corumbá passou a conviver nas últimas décadas com a presença do felino nas áreas urbanas, seja por descaraterização ambiental, grandes enchentes ou queimadas. Não há registros de ataques a humanos, porém a situação inusitada tem se repetido, com organizações criando um grupo especializados para lidar com a visita dos animais e promover desde resgate, atendimento médico e soltura.

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Corumbá, cidade pantaneira, convive com onças em áreas urbanas devido à descaracterização ambiental, enchentes e queimadas. Apesar da presença constante, não há registros de ataques a humanos. Entidades criaram grupo especializado para resgate, atendimento e soltura dos animais. A presença das onças se intensifica na beira do Rio Paraguai, área de ocupação irregular. Moradores relatam avistamentos frequentes, inclusive próximos à BR-262. Para minimizar riscos, a Fundação de Meio Ambiente do Pantanal orienta a população sobre cuidados e prevenção, distribuindo cartilhas e buzinas para espantar os animais. A prefeitura reativou o Centro de Atendimento Emergencial e constrói um Centro de Reabilitação de Animais Silvestres.

Uma das áreas de maior tensão é a beira de rio, onde há ocupação irregular por famílias sem-teto. Os núcleos são situados nas encostas, entre uma densa vegetação nativa, o Rio Paraguai e a planície pantaneira, onde o avistamento de onça-pintada é testemunhado por moradores. Pescadores e canoístas já fizeram selfies com o animal repousando próximo à margem do estreito Tamengo, canal que desagua no Paraguai ao lado da estrutura de captação de água da Sanesul.

Corumbá orienta moradores de beira rio a conviver com a presença de onças
Técnicos da Fundação de Meio Ambiente do Pantanal orientam moradores da Cacimba

Mas as aparições do felino mostram que ele está ampliando seu território urbano. Duas onças-pintadas foram filmadas recentemente próximas ao posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na BR-262, a 2 km do bairro Dom Bosco. Em 2008, uma onça-parda invadiu o quintal de uma residência no Bairro Aeroporto e foi resgatada. É comum aparições entre a Avenida Rio Branco (acesso a Ladário) e a encosta calcária próxima ao Rio Paraguai, região densamente povoada.

Como lidar com a onça - Para especialistas, o caminho para uma convivência segura e minimização dos riscos de incidentes, visando a proteção das pessoas e dos animais, é esclarecer a população a tomar cuidados e formas de prevenção em caso da presença do felino na borda da cidade. Com este objetivo, a Fundação de Meio Ambiente do Pantanal iniciou esta semana a visita aos moradores da encosta para orienta-los sobre como agir ao se confrontar com a onça.

Corumbá orienta moradores de beira rio a conviver com a presença de onças
Moradores da orla relatam a presença constante da onça com a seca no Pantanal

A ação começou pela Cacimba da Saúde, uma das áreas mais densas e sem infraestrutura, como iluminação pública. A equipe da fundação, coordenada pela bióloga Marina Daibert e a veterinária Arleni Mesquita, ouviu relatos da presença de onça circulando próximas às residências, com casos de predação de animais domésticos, principalmente à noite. Os moradores reclamam da escuridão, fator que favorece a aproximação do animal.

O diálogo com os ribeirinhos urbanos, segundo a diretora-presidente da fundação, Cristina Fleming, faz parte das iniciativas educativas que serão realizadas em toda a extensão da orla invadida para orientar os moradores em caso de avistamento de onça, cujas pegadas são visíveis em caminhos percorridos principalmente por crianças. Além de orientações para evitar a aproximação do animal, a população recebeu buzinas de ar usadas para espantá-lo.

Corumbá orienta moradores de beira rio a conviver com a presença de onças
Folheto de orientação distribuído aos ribeirinhos urbanos: conviver é possivel?

Centro de reabilitação - A fundação também distribui um folheto de “como agir” com informações básicas, do tipo: se afaste devagar ao ver uma onça, não corra, sem movimentos bruscos; evite deixar as crianças brincando fora de casa, principalmente ao anoitecer; não deixe o lixo espalhado e evite descarte de animais mortos; grite, bata palmas, use luzes, ilumine seu quintal (onça não gosta de barulho e claridade); recolha os animais domésticos e os mantenha em local seguro.

“Uma das recomendações é manter a calma e acionar de imediato os órgãos competentes, como a PMA (Polícia Militar Ambiental)”, adianta Cristina. Ela informou que a prefeitura de Corumbá reativou o Centro de Atendimento Emergencial a Animais Silvestres, na sede da fundação, e está construindo um Centro de Reabilitação de Animais Silvestres do Pantanal (semelhante ao Cras de Campo Grande), com recursos (R$ 5 milhões) do Governo do Estado.

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