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Cidades

Demitido, réu na Tromper alega acúmulo de dívidas e, com medo, quer se mudar

Proibido de deixar Sidrolândia, ex-chefe do Setor de Compras pediu aval da Justiça para trocar de endereço

Por Anahi Zurutuza | 08/07/2024 11:33
Marcos Vinícius Rossentini de Andrade Costa quando foi preso na 3ª fase da Tromper (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Marcos Vinícius Rossentini de Andrade Costa quando foi preso na 3ª fase da Tromper (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

Demitido após ter sido preso na 3ª fase da Operação Tromper, o ex-chefe do Setor de Licitações e Compras da Prefeitura de Sidrolândia, Marcos Vinícius Rossentini de Andrade Costa, quer aval judicial para se mudar. Alegando estar desempregado e acumulando dívidas, além de viver recluso em casa, com medo e angustia, ele quer deixar a cidade de 47 mil habitantes a 70 km de Campo Grande.

“Em abril de 2024, o assistido foi exonerado de seu cargo, passando então a não exercer nenhuma função remunerada. Ressalta-se que a comarca é pequena e, devido à proporção midiática [da Operação Tromper], até o presente momento o assistido não conseguiu emprego para manter seu sustento, situação que vem abalando-o psicologicamente”, argumenta o réu, por meio da defesa.

No pedido de autorização, os advogados Glauciene Santi, Caroline Mendes Dias e Igor Morais de Souza, que representam Rossentini, também alegam que o cliente chegou a procurar emprego, mas não conseguiu. “Importante destacar que, após as notícias veiculadas, o assistido passou a sofrer represálias, o que o impede de ter condições financeiras para se manter nesta comarca, pois em todos os locais em que procura emprego, lhe é negado”.

Embora tenha conseguido a revogação da prisão preventiva, o ex-servidor tem vivido recluso. “O assistido passou a se enclausurar em sua residência mesmo durante o dia, inclusive em dias úteis, embora pudesse normalmente deixar sua residência, já que a restrição domiciliar é apenas para o período noturno e dias não úteis”.

A defesa completa que “diante dessa situação de medo e angústia constante, temendo sofrer injustiças”, além de passar dificuldades financeiras, o cliente quer se mudar para a casa da filha. O pedido, feito no dia 3 de junho, está pendente de análise pelo juízo de Sidrolândia.

As acusações – Segundo a denúncia, derivada da 3ª fase da Operação Tromper, Marcos Vinícius Rossentini foi recrutado pelo genro da prefeita Vanda Camilo (PP), Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o Claudinho Serra (PSDB), para fazer parte de organização criminosa que desviou milhões dos cofres de Sidrolândia. “Possuía papel decisivo no direcionamento de licitações, para que as empresas do grupo sagrassem vencedoras, permitindo que o esquema criminoso funcionasse ininterruptamente”, diz a acusação.

Investigação do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) demonstra que Rossentini já tinha experiência na administração pública e foi chamado, antes mesmo de Claudinho assumir o cargo de secretário de Fazenda, para prestar “consultoria” aos integrantes da quadrilha em relação às licitações, “além de elaborar os documentos (estudo técnico preliminar, termo de referências) que integrariam os processos licitatórios”.

Ele foi o responsável, por exemplo, por elaborar o edital do pregão presencial aberto para a contratação de empresa que faria a manutenção do cemitério da cidade, ainda conforme o Gecoc. O contrato de R$ 355 mil foi abocanhado pela JL Serviços Empresariais e Comércio Alimentício Ltda., conforme a investigação empresa de “fachada” que nunca prestou os serviços.

O ex-servidor ainda não apresentou a defesa sobre as acusações.

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