Dólar alto e custo operacional justificam saída da Azul de Corumbá
Para a Folha de São Paulo, companhia aérea disse que quer focar em "hubs estratégicos"
A Azul Linhas Aéreas atribuiu ao aumento do dólar e às dificuldades operacionais a suspensão dos voos para Corumbá, município pantaneiro situado a 428 quilômetros de Campo Grande. A decisão integra ajustes na malha aérea durante o processo de recuperação judicial da empresa, iniciado em maio nos Estados Unidos.
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A Azul Linhas Aéreas suspendeu voos para Corumbá (MS) devido à alta do dólar e dificuldades operacionais. A decisão faz parte de uma reestruturação da malha aérea da empresa, que está em recuperação judicial nos Estados Unidos. Treze cidades brasileiras serão afetadas pelas mudanças a partir de setembro. A empresa afirma que a medida visa garantir a sustentabilidade financeira das rotas. O aeroporto de Corumbá, que movimentou quase 18 mil passageiros no primeiro semestre de 2025, está em processo de ampliação. Apesar disso, a Azul alega que as margens na rota são baixas. Autoridades locais buscam reverter a decisão, considerando a importância do voo para o turismo e o agronegócio. A Gol demonstrou interesse em operar na cidade, com um voo noturno conectando Campo Grande a Guarulhos, mas ainda sem previsão de início.
À Folha de São Paulo, nesta sexta-feira (8), a companhia confirmou o fim das operações em 13 cidades, que a partir de setembro deixarão de ser atendidas como parte do foco em rotas mais sustentáveis e hubs estratégicos. "Clientes afetados recebem assistência conforme determina a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil)", disse a Azul.
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A empresa explicou que as mudanças fazem parte de um processo constante de avaliação entre oferta e demanda. "Diante do cenário de alta dos custos operacionais, incluindo o impacto da valorização do dólar e desafios na disponibilidade da frota, esses ajustes são necessários para garantir a sustentabilidade financeira das rotas", afirmou a companhia.
Conforme antecipado pela reportagem, o aeroporto de Corumbá movimentou quase 18 mil passageiros no primeiro semestre de 2025 e passa por ampliação para aumentar sua capacidade anual para 100 mil passageiros. Mesmo assim, a Azul justifica a retirada alegando margens abaixo da média. As aeronaves decolavam aos sábados, com capacidade de 136 assentos. "A decisão foca em rotas estratégicas que apresentam maior retorno operacional", justificou a empresa.
Como contrapartida, o Governo do Estado e a Prefeitura de Corumbá trabalham para tentar reverter a suspensão dos voos. O prefeito Gabriel Oliveira (PSB) lidera uma comissão formada por vereadores, representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e empresários locais que buscam diálogo com a Azul e com o governo estadual para manter a conectividade aérea do município.
"O voo para Corumbá é fundamental para o turismo e o agronegócio, setores que dependem da conexão rápida para o escoamento e atração de visitantes", afirmou o prefeito. A administração também avalia incentivos fiscais, como redução do ICMS sobre o querosene de aviação, para atrair outras companhias aéreas à rota.
A Gol, por sua vez, sinalizou interesse em incluir Corumbá em uma conexão noturna entre Campo Grande e Guarulhos, embora ainda sem data definida para início da operação.
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