"Nunca mais você vai ficar longe de mim", diz mãe ao reencontrar filho
A separação aconteceu quando Enzo tinha apenas dois anos de idade, ao ser levado pelo pai; hoje ele tem 13
Após mais de uma década de busca, dor e esperança, uma mãe e seu filho, separados de forma abrupta pelo pai, se reencontraram nesta semana no Fórum de Ponta Porã. Com a história de Elizete e seu filho Enzo, de 13 anos, a Justiça do Mato Grosso do Sul ajudou a reescrever um novo capítulo, marcado por muita emoção e o tão esperado abraço.
RESUMO
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Uma mãe e seu filho de 13 anos se reencontraram após mais de uma década de separação, em um encontro emocionante no Fórum de Ponta Porã, Mato Grosso do Sul. Elizete foi separada de Enzo quando ele tinha apenas dois anos, após o pai levá-lo sem deixar informações sobre seu paradeiro. O reencontro foi possível após o menino, que vivia em situação de vulnerabilidade, ser encaminhado a uma casa de acolhimento em janeiro deste ano. Com o apoio da equipe do abrigo e da Justiça, Elizete foi localizada em abril, recebendo a guarda provisória do filho e uma medida protetiva contra o pai da criança.
A separação aconteceu quando Enzo tinha apenas dois anos. A mãe, Elizete, viveu mais de 10 anos sem notícias do filho, mas nunca perdeu a esperança de encontrá-lo. "Meu filho foi levado de mim quando ele tinha dois anos, e nesse tempo todo tentei procurá-lo, mas sem sucesso. Não sabia onde ele poderia estar, mas nunca deixei de acreditar que estaríamos juntos novamente", conta.
O reencontro começou a se tornar possível em janeiro deste ano. Vivendo em situação de vulnerabilidade e sofrendo maus-tratos, o garoto foi abandonado e levado a uma casa de acolhimento em Ponta Porã. A partir daí, a equipe da instituição e a Justiça deram início a uma busca incansável para encontrar Elizete.
A coordenadora Tânia Jacques da Cruz e a psicóloga Thais Nantes Zacarias, do Abrigo Seu Félix, foram fundamentais. "Ele chegou falando o que tinha acontecido com ele, que tinha uma mãe e que a gente precisava encontrá-la, porque ela o amava muito e ele queria muito ter a família de volta", relata Tânia.
A busca deu resultado em abril, quando a equipe localizou Elizete, que agora vive no interior de outro estado com o marido e mais três filhos. Os primeiros contatos foram feitos por videochamada enquanto o trâmite judicial era finalizado. "Quando recebeu a notícia, ela não acreditou, ficou em choque, mas depois disso foi uma grande emoção para todo mundo", completa a psicóloga Thaís.
O desfecho, tão esperado, veio com uma decisão da juíza Thielly Dias de Alencar Pitthan, da 1ª Vara Criminal da comarca de Ponta Porã, que concedeu a Elizete a guarda provisória e uma medida protetiva contra o pai do menino.
"Esperei tanto por esse momento, o coração estava batendo muito forte. Quando o vi, foi a hora que apertou. Não tenho palavras para dizer o que estou sentindo", disse Elizete, em meio às lágrimas, logo após o primeiro abraço no filho. A mãe completou, com a voz embargada de emoção: "Nunca mais você vai ficar longe de mim, agora nossa família está completa e poderemos ser felizes de verdade".
O momento emocionante, que comoveu a todos os presentes, foi o resultado de um trabalho conjunto entre a equipe do abrigo, a assistente social do Fórum Samia Mahmoud e a Justiça. Para a juíza Thielly, o caso demonstra a importância de assegurar o direito à convivência familiar.
"É muito reconfortante conduzir um processo e acompanhar um desfecho como esse, em que há um reencontro entre mãe e filho, porque faz com que a gente continue acreditando na justiça", finaliza a magistrada.