Embaixadora da Venezuela visita o MS para discutir situação de imigrantes
Números sobre os venezuelanos serão levantados e também realizado um mutirão de regularização
Nas ruas de Campo Grande e Dourados uma cena já faz parte do cotidiano: migrantes venezuelanos, em busca de novas oportunidades, não as conseguem e acabam parando nas esquinas da cidade em busca de ajuda para sobreviver. Essa situação é uma de tantas que será discutida na próxima semana nos dois municípios.
A embaixadora da Venezuela no Brasil, María Teresa Belandria, junto com a sua equipe, estará em Mato Grosso do Sul entre segunda-feira (17) e sexta-feira (21) justamente para avaliar a situação, que vem crescendo nos últimos três anos.
Nomeada em 2019 pelo presidente provisório e reconhecido pelo Governo brasileiro, Juan Guaidó, Belandria deve conversar com os prefeitos da Capital, Marquinhos Trad (PSD), e de Dourados, Alan Guedes (PP), e levantar números oficiais sobre seus compatriotas nessas cidades e como está ocorrendo a acolhida deles.
Também deve ser visitado o governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), assim como com autoridades da PF (Polícia Federal) e do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), além de serem realizadas reuniões com diversos organismos que apoiam os migrantes venezuelanos em Mato Grosso do Sul.
Mutirão - O objetivo da visita é promover a melhoria da qualidade de vida e criar mecanismos para dar oportunidades a esses migrantes, que estão presentes nos grandes centos mas também passaram a se estabelecer no interior do país. A entrada deles ocorre principalmente pelo estado de Roraima, que faz fronteira com a Venezuela.
Uma das ações promovidas já nessa visita - MS foi escolhido por abrigar milhares de venezuelanos, que formam uma das principais comunidades estrangeiras atualmente no Estado - está um mutirão para regularizar as documentações dos venezuelanos.
No evento os venezuelanos poderão solicitar de forma gratuita certidões de nascimento e de casamento, assim como a emissão da constância de estado civil e a prova de vida. A primeira cidade atendida será Campo Grande, já no dia 17.
O mutirão será realizado das 14h30 às 18h30, no Hotel Vale Verde - avenida Afonso Pena, 106, bairro Amambaí. Porém, para ser atendido no Consulado Itinerante, é necessário fazer uma pré-inscrição, que pode ser acessada clicando aqui.
No mesmo local, das 19h30 às 20h30, haverá um encontro da embaixadora com os venezuelanos que estão na Capital. O mesmo encontro será realizado às 19h30 de quinta-feira (20), em local ainda a confirmar, em Dourados - lá, como já ser referência no acolhimento aos venezuelanos, não haverá mutirão.
Problemas no país-natal - Essa é a primeira visita da embaixadora ao Mato Grosso do Sul, onde há vários venezuelanos fugindo dos problemas no país-natal. Atualmente, há dois governos na Venezuela, um de Juan Guaidó, reconhecido por um grupo de países, enquanto outro é comandado por Nicolas Maduro, reconhecido por outro grupo.
Além da violência e constantes confrontos, a Venezuela também passa por crise de desabastecimento de energia e produtos básicos, que vão desde alimentos até outros itens. Também há uma intensa disparada de preços e elevação do nível do desemprego.
Assim, a situação encontrada por muitos é migrar para países vizinhos, como é o caso do Brasil. A visita de María Teresa Belandria conta com apoio local da Associação Venezuelana, em Campo Grande, e da ONG Dunamis Multicultural, em Dourados.