Imunização só virá em semanas, mas fronteira já tem queda de óbitos
Imunidade com Janssen deve aparecer entre 14 a 28 dias, mas óbitos na região de fronteira já estão em queda
Desde que começou a vacinação em massa na fronteira de Mato Grosso do Sul, os 13 municípios que a compõem, juntos, tiveram redução aproximadamente 83% dos óbitos por covid-19, segundo dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde). Eram cerca de três mortes diárias quando teve início a ação e agora o índice aponta para 0.57 óbito/dia.
É importante ressaltar que, conforme o próprio secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, afirmou nesta semana, os efeitos dessa campanha só devem aparecer daqui 15 dias e os dados podem vir a apresentar divergências nas próximas semanas, já que a imunidade das doses únicas da Janssen exigem no mínimo duas semanas para se concretizar.
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Portanto, os resultados científicos ainda serão publicados pelos pesquisadores envolvidos no estudo imunológico na região fronteiriça.
Sobre essa pequena redução, o infectologista e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que conduz esse estudo, comenta que por enquanto é difícil diferenciar se essa redução se dá por conta da imunização em massa ou por outros fatores. "Houve uma aceleração na vacinação, mas já estava na tendência de queda", observa.
A reportagem somou todas as confirmações de vítimas em Mundo Novo, Japorã, Sete Quedas, Paranhos, Coronel Sapucaia, Aral Moreira, Ponta Porã, Antônio João, Bela Vista, Caracol, Porto Murtinho, Corumbá e Ladário, que estão inclusas em estudo imunológico elaborado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
O começo dessa ação aconteceu em 2 de julho, mas os municípios só começaram a completar a imunização dessas populações por volta de da última sexta-feira (9).
Vale lembrar que no caso dos imunizantes da Janssen, de dose única, a imunidade costuma aparecer após período de 14 a 28 dias, dependendo do organismo da pessoa que foi vacinada, e portanto não haveria como estimar exatamente, neste momento, qual os impactos benéficos dessas aplicações.
Ainda assim, segundo o banco de dados epidemiológicos, os dois últimos óbitos registrados nesses lugares aconteceram, ambos, no último domingo (11). Tratam-se de um homem, de 41 anos, em Corumbá, e um idoso, de 91 anos, em Ponta Porã. Nos últimos dias não foram feitas novas confirmações.
Durante coletiva nesta manhã, a secretária-adjunta de Saúde, Crhistinne Maymone, destacou que nenhuma vacina impedirá com que pessoas contraiam o vírus, em geral, mas tem objetivo de reduzir as chances de que haja um agravamento do paciente infectado.
"A vacina reduz o óbito, mas a experiência da doença pela circulação viral pode continuar acontecendo, e por isso é importante que mesmo imunizado, enquanto não tenhamos imunidade coletiva, que é a imunidade que a gente tanto quer. Você precisa usar máscara, higiene das mãos e evitar aglomerações", afirmou.