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Cidades

Mortes de pessoas sem comorbidades triplicam

Ao menos 39 pessoas sem agravantes e com menos de 60 anos morreram neste mês; índice nunca foi tão alto

Guilherme Correia | 30/03/2021 16:30
Jovem caminha em frente a loja fechada no Centro (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Jovem caminha em frente a loja fechada no Centro (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Estar saudável e ser jovem, atualmente, não significa manter-se totalmente livre de ter complicações pela covid-19. Neste mês, ao menos 39 vítimas "fora do grupo de risco" faleceram da doença causada pelo coronavírus - índice que cresceu mais de 300% em comparação com janeiro.

O primeiro mês deste ano teve apenas nove mortes com essas características, enquanto fevereiro registrou 11. Dezembro, que até então era pior mês da pandemia no geral, registrou menos da metade de agora: 16 óbitos.

Mesmo em meses onde as mortes, no geral, estiveram em alta, nunca houve tamanha quantidade de vítimas nessas condições. Em agosto do ano passado, quando havia menos de 600 mortes por covid-19 em Mato Grosso do Sul, menos de 4% dos pacientes eram totalmente "fora do grupo de risco".

À época, pesquisadores já observavam uma maior letalidade da doença em pacientes com mais de 60 anos e que possuíam agravos de saúde como problemas cardíacos ou renais, por exemplo.

Hoje, com variante do vírus, o cenário sofreu leve alteração. Para o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, isso é atribuído também a outros fatores que dificultam a busca de tratamento adequado contra a virose. "Além de agora, dificuldades de acesso rápido a leitos de UTI’s [unidades de terapia intensiva]", ressalta.

"Há a variante com quadro mais grave, busca tardia a unidades de saúde e tratamentos precoces sem base científica retardando procura de atendimentos adequados", explica Resende.

Até hoje, com pouco mais de 12 meses de pandemia, Mato Grosso do Sul acumula 213,8 mil casos de covid-19 e 4.220 óbitos decorrentes da doença.

Carro de funerária chega ao Hospital Regional de Campo Grande. (Foto: Kisie Ainoã)
Carro de funerária chega ao Hospital Regional de Campo Grande. (Foto: Kisie Ainoã)


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