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Cidades

Na hora "H" mulher desiste da vacina porque é Coronavac

Equipe flagrou desistência que, segundo prefeito Marquinhos Trad virou problema na Capital

Jhefferson Gamarra | 24/06/2021 18:23
Informada de que receberia Coronavac, biomédica preferiu aguardar uma nova data para se imunizar (Foto: Kísie Ainoã)
Informada de que receberia Coronavac, biomédica preferiu aguardar uma nova data para se imunizar (Foto: Kísie Ainoã)

Mesmo com o fato de todos os imunizantes contra a covid-19 em uso no Brasil serem seguros e possuírem registro e eficacia comprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), ainda há pessoas que vão aos postos de vacinação em busca de um imunizante específico, os chamados “sommelier de vacinas”.

Entre os motivos que levam as pessoas a rejeitar uma alguma marca, são informações sem fundamento sobre efeitos colaterais e teses equivocadas sobre a eficácia dos imunizantes. Atualmente a queridinha da população tem sido a Pfizer e a Janssen, que chegaram recentemente no Estado. Além desses, existem outros dois imunizantes em uso no Brasil: Coronavac e Astrazeneca, esses por sua vez vêm sofrendo maior resistência da população.

Em pouco tempo no ponto de vacinação montado no Pavilhão Albano Franco, a equipe do Campo Grande News flagrou uma mulher que recusou a imunização ao ser informada pela enfermeira que a vacina aplicada seria Coronavac.

“Se pudesse escolher iria querer a Janssen, por ser dose única, ter menos reação e uma eficacia muito grande. Nos Estados Unidos onde ela foi usada já não é mais obrigatório o uso de máscara. Mas eu tomaria qualquer uma, exceto a Coronavac que não tem muita eficácia. Meu tio tinha tomado as duas doses e quase morreu de covid, saiu do hospital esses dias. Como só tem Coronavac eu prefiro esperar outro calendário que tenha outra vacina”, justificou a biomédica de 34 anos, que pediu para não ser identificada.

Enfermeira responsável pela vacinação no Albano Franco diz que recusa por imunizantes não ocorre com frequência (Foto: Kísie Ainoã)
Enfermeira responsável pela vacinação no Albano Franco diz que recusa por imunizantes não ocorre com frequência (Foto: Kísie Ainoã)

Apesar da recusa registrada, a enfermeira Fábia Abreu, que coordena a vacinação no Albano Franco, diz que a procura por imunizantes específicos não é uma atitude que ocorre com frequência. “Não damos opções de escolha, até porque nós avisamos antes e as pessoas já vem ciente da vacina que será aplicada. Hoje por exemplo foram apenas Coronavac e Astrazeneca e mesmo assim a procura foi muito grande”.

Em Mato Grosso do Sul, a preferência por um imunizante teve início depois que o primeiro lote de vacinas da Pfizer chegou e ficou ainda mais frequente após o anúncio da chegada de carregamentos da Janssen.

De acordo com o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, a vacinação acabou sendo politizada, levando as pessoas optarem por algum imunizante específico, atrapalhando a campanha de imunização da Capital. "'Eu não vou tomar Coronavac, quero Jannsen, quero Pfizer'. Essa é uma discussão que neste momento não cabe. Todas as vacinas são eficientes e eficazes", garantiu Marquinhos.

Na contramão das pessoas descrentes com a qualidade da vacina, o funcionário público, Jairo Miranda, 60 anos, imunizado com a 2ª dose da vacina Astrazeneca, afirma que a postura de preferir uma vacina a outra é algo que não tem cabimento. “Todas as vacinas aplicadas em território nacional são eficazes e seguras, cada uma com suas particularidades e eficacia, querer escolher o que vai tomar é uma grande bobeira”.

Servidor Público imunizado com a Astrazeneca classifica como uma "grande bobeira" a escolha de uma vacina específica (Foto: Kísie Ainoã) 
Servidor Público imunizado com a Astrazeneca classifica como uma "grande bobeira" a escolha de uma vacina específica (Foto: Kísie Ainoã)


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