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Cidades

No Centro-Oeste, MS tem maior número de crianças e adolescentes em abrigos

Dados são de pesquisa desenvolvida nas cinco regiões do país pela Aldeia Infantil S.O.S e Instituto Bem Cuidar

Idaicy Solano | 26/07/2023 10:23
Da esquerda para direita, Carla Alexandre Rodrigues (CEDCA/MS), Benhur Ferreira (SEAD), Michele Mansur (Aldeias Infantis S.O.S) e Angelo Motti (EscolaGov), discutem dados obtidos com a pesquisa. (Foto: Idaicy Solano)
Da esquerda para direita, Carla Alexandre Rodrigues (CEDCA/MS), Benhur Ferreira (SEAD), Michele Mansur (Aldeias Infantis S.O.S) e Angelo Motti (EscolaGov), discutem dados obtidos com a pesquisa. (Foto: Idaicy Solano)

Mato Grosso do Sul é o Estado da região Centro-Oeste com maior número de crianças e adolescentes, entre 10 e 17 anos, que vivem sob cuidados de casas lares e abrigos, conforme divulgado nessa terça-feira (25), pelo Instituto Bem Cuidar, em pesquisa desenvolvida pela Aldeia Infantil S.O.S. No Estado, são cerca de 720 crianças acolhidas, sendo 157 apenas na Capital, conforme dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

A pesquisa foi desenvolvida entre dezembro de 2022 e fevereiro de 2023 e considera 251 respostas de crianças, adolescentes, egressos de acolhimentos institucionais e famílias com risco de abandono parental, em 190 municípios de pequeno, médio e grande porte, em 24 unidades federativas, incluindo Distrito Federal, nas cinco regiões do Brasil.

De acordo com o coordenador da pesquisa José Carlos Sturza, durante o desenvolvimento do estudo, "Mato Grosso do Sul era o estado da região Centro-Oeste com maior número de crianças e adolescentes em serviços de acolhimentos”, ou seja, que sofreram abandono parental e agora vivem em abrigos e casas de acolhimento. Na região Centro-Oeste, também há a maior concentração de crianças e adolescentes no país (38%).

A gente lançou uma técnica, que foi estudar as crianças em vários encontros. Foram de 6 a 10 encontros com o mesmo grupo de crianças e adolescentes. A gente foi em municípios de pequeno, médio e grande porte de todo o país”, destaca o coordenador da pesquisa, José Carlos Sturza.

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Segundo discutido na apresentação da pesquisa, o perfil das famílias em situação de risco de abandono parental no país é de famílias monoparentais (majoritariamente mães solo), pretas e em situação de vulnerabilidade social. Em boa parte dos casos, as crianças são acolhidas por falta de apoio do Estado às suas famílias, desde a falta de creches até falta de auxílio com alimentação adequada.

Na análise, foi apontada que na região Centro-Oeste os motivos em destaque para o abandono parental são negligência (9%), maus-tratos físicos ou psicológicos (7%), responsável com dependência química (7%), violência sexual (7%) e vulnerabilidade socioeconômica (5%).

Sobre a faixa etária, crianças e adolescentes dos 12 aos 17 anos corresponde a 25% do público masculino e 18% do público feminino sob cuidados alternativos. A pesquisa também mostra que os meninos costumam passar mais tempo nos centros de acolhimento do que as meninas. Apenas 13% das meninas ficam mais de 18 meses, enquanto 17% dos meninos ficam lá no mesmo período. Em todas as regiões do país, há uma porcentagem maior de meninos acolhidos por mais de 18 meses.

No Centro-Oeste, pelo menos 70% das crianças e jovens acolhidos têm acesso a cuidados psicológicos. A quantidade cai para 27% quando se trata de egressos. Isso significa perda e/ou falta acesso ao cuidado em saúde mental por parte dos indivíduos que deixaram os abrigos, especialmente nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, com índices superiores a 50%.

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