Número de mulheres alistadas já é o dobro de vagas que tem o Exército na Capital
Há 99 vagas no alistamento voluntário inédito, enquanto 197 mulheres já registraram interesse
Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (9), em Campo Grande, o Exército falou dos números de alistamentos voluntários de mulheres ao serviço militar registrados até agora e detalhou informações sobre o processo de seleção.
RESUMO
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O Exército Brasileiro anunciou a abertura de alistamento voluntário para mulheres, com expectativa de mais de 500 inscrições em Mato Grosso do Sul até o final do ano. As interessadas, que devem ter 18 anos até 31 de dezembro de 2025, passarão por três fases de seleção, com incorporação prevista para 2026. As mulheres poderão prestar serviço por um ano e, após esse período, optar pela reserva não remunerada. O tenente coronel Roberto Júnior destacou a reestruturação das instalações para receber o público feminino, enquanto a tenente Fernanda Villalba ressaltou a igualdade de tratamento entre gêneros dentro da corporação, recomendando o Exército como uma boa oportunidade de carreira para jovens.
Há 99 vagas para serem preenchidas apenas em unidades do próprio Exército na Capital. Elas estão distribuídas entre base de administração e apoio (60 vagas), Hospital Militar (12), e Colégio Militar (27).
Em Mato Grosso do Sul, há vagas na Marinha de Corumbá e Ladário também, mas a quantidade não foi informada durante a coletiva.
O dobro - Podem se alistar apenas mulheres que completaram ou vão completar 18 anos até 31 de dezembro de 2025.
Até ontem (8), o total de 197 interessadas se alistaram em Campo Grande. É o dobro da quantidade de vagas disponíveis.
O alistamento pode ser feito de forma on-line ou presencial, das 7h30 às 15h30, de segunda a sexta-feira, na Junta Militar localizada na Rua Antônia Maria Coelho, 300, em Campo Grande.
O prazo final para se alistar é 30 de junho deste ano. É necessário levar um documento oficial com foto, com o CPF, além de comprovante de residência.
A maioria das mulheres alistadas optou pela inscrição on-line. Ao todo, 12 foram até uma Junta Militar. Nesta manhã, até o horário da coletiva, nenhuma havia ido até ao local.
Responsável pela Junta Militar, Silvia Mota afirma que a expectativa é que mais de 500 jovens se registrem no Estado, este ano.
Reestruturação - Segundo o tenente-coronel Roberto Júnior, que é chefe da Sessão de Serviço Militar Regional, o Exército se prepara para receber o público feminino desde o ano passado.
A preparação continua este ano, com uma reestruturação nos alojamentos e banheiros das instalações de Mato Grosso do Sul, conta ainda o militar.
O Estado foi um dos 14 selecionados para receber as mulheres que se alistarem, por ter estrutura considerada entre as melhores do Brasil, além dela ser favorável às melhorias citadas pelo tenente.
Fases - As interessadas passarão por três fases de seleção. A incorporação será feita em 2026.
As militares prestarão serviço por um ano. Poderão ficar na reserva não remunerada depois disso, tendo que se apresentar anualmente de forma on-line por quatro anos e presencialmente no quinto e último ano de vínculo relacionado à seleção que está em andamento.
Silvia Mota explica que as mulheres podem desistir durante o processo de seleção, diferente dos homens, cujo alistamento é obrigatório. No caso deles, é necessário chegar até o fim das etapas para emitir certificado.
Já estão presentes - Durante a coletiva, o chefe da Sessão de Serviço Militar Regional enfatizou que as mulheres já estão presentes na corporação.
"Não é uma novidade termos mulheres no Exército. Desde 1992, temos mulheres em unidades do Exército, como a Escola de Administração e Saúde, que formou a primeira turma. A Academia Militar também formou a primeira turma de oficiais naquele ano", disse.
Para o tenente, o ingresso de mais mulheres em 2026 vai qualificar o quadro e é um ganho para o Exército Brasileiro.
Depoimento da tenente - A tenente Fernanda Villalba concorda que é um ganho para a instituição o alistamento voluntário inédito em todo o Brasil e relata como é a vida dentro da corporação.
"Eu tenho tratamento igualitário, eu não vejo diferença entre as mulheres e os homens dentro do Exército. Obviamente, tem algumas atividades militares que a gente não faz da parte operacional e de combate. Mas a gente participa de treinamento físico militar e 'tira' serviço armada como eu, no Forte Coimbra. Cuido da guarda do forte, tenho sentinelas que estão sob o meu comando e aprendemos a lidar com pessoas de várias idades, soldados, sargentos e ter ação de comando, se precisar", descreve.
Ela diz ter entrado no Exército quando o pai e um irmão eram militares de carreira, além da irmã estar na Marinha. "Quis participar e viver essa experiência também", completa.
Villalba recomenda o Exército como um bom lugar para pessoas mais jovens iniciarem a carreira. "É uma preparação profissional, uma qualificação que elas podem ter. Um bom início de carreira. A gente tem visto hoje uma geração que pode melhorar os seus aspectos profissionais, e eu acho que o Exército é uma boa porta de entrada para isso", finaliza.
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