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Cidades

Operação mira funcionários do Detran que falsificavam dados no sistema

No total, durante a operação, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão

Viviane Oliveira | 29/06/2023 11:22
Polícia na agência do Detran de Rio Negro (Foto: divulgação / Polícia Civil)
Polícia na agência do Detran de Rio Negro (Foto: divulgação / Polícia Civil)

A Operação Miríade foi deflagrada pela Polícia Civil, na manhã desta quinta-feira, contra funcionários públicos responsáveis pela inserção de dados falsos no sistema do Detran (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul).

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Rio Negro, Sidrolândia e Miranda. A Justiça também decretou a prisão de um ex-funcionário, de 49 anos, e o monitoramento por tornozeleira eletrônica do gerente da agência do Detran de Rio Negro e do vistoriador de Miranda por 120 dias. A polícia investiga a participação de, pelo menos, oito pessoas no esquema.

Segundo a polícia, a investigação teve início após a informação de que o gerente da agência de Rio Negro tinha diversos procedimentos administrativos em seu nome, com movimentações no sistema sem qualquer amparo legal. Foi verificado ainda que os procedimentos suspeitos sequer existiam, sob falsas alegações de extravios.

As fraudes vinham ocorrendo desde 2021, em especial aquelas relacionadas à inclusão fraudulenta do chamado 4º eixo nas especificações do veículo. Por meio do monitoramento dos investigados, foram obtidas conversas telefônicas em que o esquema criminoso era amplamente discutido, inclusive com pretensões de remoções ilegais de outros servidores e delegados que presidiam as investigações.

Policial durante a operação desencadeada nesta manhã (Fotos: divulgação / Polaícia Civil) 
Policial durante a operação desencadeada nesta manhã (Fotos: divulgação / Polaícia Civil)

Foi descoberto ainda que o ex-funcionário do Detran, mesmo exonerado dos quadros da instituição, ainda agia como elo importante do grupo, responsável pela captação e aliciamento de outros funcionários para a prática criminosa. Ainda conforme a polícia, o grupo aproveitava das dificuldades no sistema para a implementação das fraudes.

Ao longo da investigação, pelo menos oito pessoas foram veiculadas pelo envolvimento com as operações fraudulentas realizadas pela agência de Rio Negro. A operação foi batizada de “Miríade”, nome que equivale a dez mil ou um número grande e indeterminado, justamente pelas incontáveis operações fraudulentas que foram identificadas.

Não compactua - Por nota, o Detran informou que a operação é continuação de apuração iniciada há quase dois anos pela corregedoria da autarquia. "Assim que surgiram os primeiros indícios de irregularidade, constatada a prática criminosa, todo o material coletado foi encaminhado à polícia, que abriu inquérito policial.

O diretor-presidente, Rudel Trindade, reafirma que não compactua com nenhum tipo de irregularidade praticada por servidores do órgão ou agente externo e que os envolvidos devem ser punidos com o rigor da lei. Quanto aos servidores ativos, além de responderem pelos atos no âmbito da investigação da Polícia Civil, serão submetidos a procedimentos administrativos.

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