Apesar de contratempos, governo mantém leilão da BR-163 para este ano
Apesar do fracasso no leilão de trecho da BR-262, considerado o “filé” das rodovias federais, o Ministério dos Transportes mantém cronograma e garante para este ano o leilão da BR-163, em Mato Grosso do Sul. A privatização garante investimentos em troca do pagamento de pedágio.
Na semana passada, nenhum consórcio ou empresa apresentou proposta para adquirir concessão de trecho da rodovia 262, que liga Minas Gerais ao Espírito Santo. A falta de interesse pegou de surpresa o governo, mas não o fez desistir de dar sequência ao projeto de concessão.
Diante do contratempo, a assessoria do Ministério dos Transportes informou a estratégia de iniciar rodada de conversações com 30 empresas, que chegaram a pegar certidão negativa para participar do leilão da BR-262 e da BR-050.
O plano é consultá-las sobre os trechos mais atrativos e descobrir os motivos da falta de interesse na BR-262. Com os dados em mãos, o ministério poderá antecipar alguns leilões, mas assegura concluir todos os processos até o fim de dezembro.
“É possível, por exemplo, antecipar o certame dos trechos mais atrativos”, explicou a assessoria de imprensa. “Mais isso não atrasará o cronograma, vamos concluir todos os processos até o final de dezembro”, emendou.
Inicialmente, o leilão da BR-163 está marcado para 20 de dezembro. De acordo com projeto do Governo Federal, a vencedora do certame terá a missão de duplicar 209,7 quilômetros da rodovia em cinco anos. A partir do sexto ano da concessão, o grupo vencedor deverá iniciar a implantação da terceira faixa no trecho duplicado.
O projeto também prevê 16 passarelas, três acessos, dois trevos e 13 retornos operacionais ao longo dos mais de 800 quilômetros. A rodovia registra fluxo de 66,4 mil veículos por dia. A taxa de retorno interna do vencedor do certame será de 7,2% e a concessão será pelo período de 30 anos.
Em todo o Brasil, nove trechos de rodovias serão repassados à iniciativa privada. Ainda no sentido de evitar novas surpresas, o Ministério dos Transportes decidiu leiloar um trecho de cada vez. “O fato de ter dois lotes de uma vez, pode concentrar as empresas no mais atrativo, sendo um por vez, as perdedoras poderão investir em outras rodovias”, concluiu a assessoria de imprensa.