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Capital

"Demissão assusta, mas ponto é uma exigência", diz prefeito sobre médicos

Profissionais que atuam em regime ambulatorial estariam descontentes com a nova exigência

Mayara Bueno e Kleber Clajus | 16/08/2018 10:50
Prefeito Marquinhos Trad em entrevista à imprensa. (Foto: Marina Pacheco/Arquivo).
Prefeito Marquinhos Trad em entrevista à imprensa. (Foto: Marina Pacheco/Arquivo).

Para o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), uma possível demissão coletiva de médicos em reação à instalação do ponto eletrônico em postos de saúde, assusta. Contudo, o controle de frequência é exigência judicial, afirmou nesta quinta-feira (dia 16).

Ontem, foi noticiado que os médicos, especialmente os que atuam em sistema ambulatorial, estão descontentes com a necessidade de registrar a frequência. A situação ocorre após pelo menos cinco aparelhos serem danificados em unidades de saúde e a prefeitura procurar a polícia para investigar o caso.

Uma assembleia no Sindicato dos Médicos de Campo Grande, às 19 horas de hoje, servirá para que o presidente Flávio de Freitas Barbosa oriente os profissionais que o ponto eletrônico precisa ser cumprido. Porém, o dirigente disse que não há como obrigar os profissionais descontentes a se demitirem, caso assim queiram.

"A [possibilidade] de demissão coletiva assusta, mas o ponto é uma exigência da Justiça. Estou tentando entrar num consenso", afirmou o chefe do Executivo municipal. Segundo ele, uma audiência entre os poderes Judiciário, Executivo e a categoria está prevista para semana que vem.

Marquinhos admite que, caso ocorram diversas demissões, a prefeitura levaria pelo menos 30 dias para convocar substitutos para suprir a demanda de atendimento. A situação poderia causar um caos na saúde pública.

Resumo - A prefeitura precisou instalar pontos eletrônicos após pedido do MP (Ministério Público) à Justiça, que determinou a colocação. Os aparelhos começaram a funcionar em agosto, mas dias depois, cinco máquinas apareceram com estragos nas telas.

Dois pontos danificados eram do CEM (Centro de Especialidades Médicas), um no CRS (Centro Regional de Saúde) da Coophavila e nas UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) do Leblon e do Coronel Antonino.

Não se confirma quem foi o responsável pelo vandalismo, por isso mesmo os casos estão com a Polícia Civil. O MP também abriu um inquérito para apurar a responsabilidade e o prejuízo ao patrimônio público, com os danos nos aparelhos.

A exigência do ponto é para todos os servidores de saúde e outros serviços nas unidades de saúde, mas a resistência principal seria com médicos que atuam nos ambulatórios, que atendem pacientes agendados.

*Matéria editada para acréscimo de informação às 12h15.

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