À espera de teste de insanidade, assassina de chargista continua presa
Clarice Silvestre de Azevedo, de 44 anos, está no presídio feminino há 4 meses, quando cometeu crime
O juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, manteve em decisão desta quarta-feira (7) a prisão de Clarice Silvestre de Azevedo, de 44 anos, assassina confessa do chargista Marco Antônio Rosa Borges, de 54 anos. O crime aconteceu em 21 de novembro do ano passado em Campo Grande. A ré está presa há quase 4 meses.
Garcete oficializou a manutenção de Clarice encarcerada ao fim de audiência para ouvir testemunhas do caso nesta tarde. Durante a sessão, feita por videoconferência, o defensor da ré, Gustavo Pinheiro, informou que ela vai passar na próxima semana por exame psicológico, como parte do incidente de insanidade mental apresentado ao processo, e que corre à parte, em sigilo.
Na audiência de hoje, para ouvir a acusação, prestaram depoimento pessoas, entre parentes e amigos da vítima, além do delegado responsável pela investigação, Carlos Delano, titular da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios).
Clarice assistiu a tudo por vídeo. Ela está no presídio Irmã Irma Zorzi, em Campo Grande, em cumprimento a prisão preventiva.
Em geral, as testemunhas confirmaram a versão já relatada sobre o ocorrido, de que a mulher matou o chargista em um acesso de raiva, a facadas. Ela afirma ter sido agredida com um tapa durante discussão. Segundo sua versão, a vítima caiu de escada na casa dela, onde também fazia serviço de massoterapia, no Bairro Monte Castelo.
Existia suspeita de que ela o tivesse atacado na cama, mas a perícia no local, a partir dos vestígios de sangue, foi inconclusiva sobre isso.
No inquérito, corroborado pelos testemunhos de hoje, a ação criminosa de Clarice é relacionada à vontade não correspondida de fixar relacionamento amoroso com o chargista, que passou de cliente a amante.
Os parentes dele ouvidos, entre eles um irmão e um filho, deram a entender que o chargista não queria isso.
O crime - Clarice foi presa no dia 24. Confessou ter esfaqueado Marcos, esquartejado o corpo, colocado em uma mala e ateado fogo ao cadáver, jogando em um terreno baldio. Para isso, teve ajuda do filho, João Victor Silvestre de Azevedo Leite, de 21 anos.
Depois, chegou a marcar para ir na delegacia, mas acabou não comparecendo. Na segunda-feira após o assassinato, se apresento à Polícia Militar em São Gabriel do Oeste, de onde foi trazida para Campo Grande.
A sequência do processo foi marcada para 17 de maio, quando serão ouvidas as testemunhas da defesa. Nessa data, também está marcado o interrogatório dos dois réus.
Clarice é acusada de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. O filho dela por ocultação de cadáver.
Depois de ouvir as testemunhas e as manifestações finais da defesa e acusação, o magistrado vai decidir se existe materialidade e indícios suficientes para que ela vá ao júri. A decisão sobre a insanidade mental influencia no andamento, mas não significa que a ré será liberada, pois conforme resultado, pode ser decretada medida restritiva de liberdade para tratamento em ambiente fechado.