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Capital

Americana acumuladora começou a ter problema com vizinhos após adotar 8 cães

A mulher foi internada compulsoriamente e há anos acumula sujeira e problemas com moradores do bairro

Por Ketlen Gomes | 17/04/2025 11:05
Americana acumuladora começou a ter problema com vizinhos após adotar 8 cães
Americana acumuladora começou a ter problemas com vizinhos devido a fezes de cachorros. (Foto: Ketlen Gomes)

A americana de 73 anos, internada compulsoriamente na tarde da última terça-feira (15), acumula problemas com os vizinhos há anos. Assim que se mudou para a casa na Rua Santana, no Bairro Vilas Boas, adotou cerca de oito cachorros e passou a ser alvo de denúncias de moradores devido ao mau cheiro vindo da residência.

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Uma idosa americana de 73 anos, residente no Bairro Vilas Boas, em Campo Grande, foi internada compulsoriamente devido a problemas de saúde mental e condições insalubres em sua residência. A mulher, que acumulava animais e lixo, gerava conflitos com vizinhos por causa do mau cheiro e sujeira. Denúncias de maus-tratos a animais e acúmulo de lixo já eram recorrentes desde 2017. A internação foi realizada com apoio de intérprete, após tentativas anteriores falharem devido à barreira linguística. A situação preocupa moradores, que temem surtos de doenças devido à sujeira acumulada.

Uma senhora que mora próximo à idosa e preferiu não se identificar contou que os conflitos começaram por causa do odor de fezes dos cães. Segundo ela, outra vizinha denunciou a situação e o poder público chegou a solicitar que a americana entregasse os animais para adoção. Parte deles foi, de fato, doada, mas o problema persistiu até que a denunciante se mudasse do local.

Atualmente, os relatos de mau cheiro continuam, desta vez relacionados a fezes de gatos, que, conforme a vizinha, são jogadas no quintal e exalam odor forte nas residências próximas.

A moradora contou que chegou a deixar uma carta na caixa de correios da americana, o que motivou a estrangeira a procurá-la para conversar sobre o problema. “Depois disso, melhorou um pouco”, comentou.

A falta de higiene da idosa acumuladora é um ponto de consenso entre os moradores. Outro vizinho, que também não quis se identificar, afirmou que a idosa tem aparência suja, pele visivelmente encardida e mau cheiro. Ele não vive há muito tempo na rua, mas disse já ter ouvido diversos relatos sobre a situação da residência, que é monitorada há anos.

Mesmo sem muitos conflitos diretos com a acumuladora, o vizinho relatou que ouve barulhos de batidas de ferro durante a noite. Segundo ele, sabe apenas que a americana seria natural do Havaí e teria vindo para o Brasil após se casar com um músico brasileiro, que atualmente mora em uma edícula nos fundos da casa.

Outra pessoa que trabalha nas proximidades disse desconhecer a história da americana, mas que já viu, em raras ocasiões, um casal de idosos com aparência debilitada no local. A saúde da mulher também preocupa os vizinhos, que acreditam que ela tem algum transtorno mental, diante dos inúmeros episódios envolvendo sujeira e conflitos com a vizinhança ao longo dos anos.

Um morador destacou ainda que a idosa aumentou o muro da casa nos últimos anos, pois acreditava estar sendo vigiada pelos vizinhos. A reportagem esteve no local, onde foi possível constatar forte cheiro de mofo, vidros quebrados, sacos de lixo na frente da casa e o piso deteriorado pelas raízes de uma árvore. Pelo menos três gatos e um cachorro, que fugiu após o portão ser aberto por uma pessoa desconhecida, foram vistos na residência.

Os moradores relatam que a americana não fala bem o português, o que, segundo um vizinho, dificultou a internação compulsória antes desta semana. O morador afirmou que o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) já esteve na casa outras vezes e tentou realizar a internação, mas sem sucesso, pois a idosa alegava só falar inglês.

Americana acumuladora começou a ter problema com vizinhos após adotar 8 cães
Na frente da rediência há um forte odor de mofo, vidros quebrados e entulhos. (Foto: Ketlen Gomes)

Desta vez, uma intérprete acompanhou a ação, realizada por equipes do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) da Vila Margarida, da UBS (Unidade Básica de Saúde) da Vila Carlota e da CCEV (Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais) da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).

Um dos vizinhos disse ainda temer um surto de dengue, já que a residência acumula sujeira e entulho. Outra moradora informou que, antes da internação, conversou com a idosa, que afirmou estar sendo assistida pela Defensoria Pública nos processos judiciais que enfrenta.

O Campo Grande News apurou na terça-feira, que uma nova equipe deve retornar ao local para realizar limpeza e retirada de lixo. No entanto, a Sesau informou que não se manifesta sobre casos que envolvem cumprimento de decisões judiciais. A idosa teria resistido à internação e se recusado a sair do imóvel, motivo pelo qual o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar foram acionados.

Problema antigo – Desde 2017, a idosa enfrenta problemas com a Justiça por denúncias de acúmulo de lixo e maus-tratos a animais. Em outubro de 2019, chegou a ser presa, mas foi liberada após pagar fiança de R$ 2 mil.

Há seis anos, o Campo Grande News já havia conversado com vizinhos da americana, que a descreveram como uma pessoa de “personalidade difícil”. Na época, a Sesau suspeitava que ela apresentava algum transtorno psiquiátrico, com resistência frequente ao auxílio das equipes de saúde.

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